ACORDO ORTOGRÁFICO

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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

INDIGNAÇÃO OU PROTESTO?

Corre por esse mundo fora uma onda de indignação que faz todo o sentido, porque todos temos razões para estarmos indignados pelo modo como os maiores responsáveis pelo destino deste mundo, os senhores desta “aldeia global” em que vivemos, têm cuidado de o tornar menos infeliz. Nada fizeram por isso quando brincaram às guerras e faziam do povo carne para canhão, nem o fazem agora que brincam aos ricos, aos evoluídos, aos mercados e às economias, esquecendo que as pessoas, os seres humanos, deveriam ser a causa das suas preocupações.
Abrem a “economia” a todo o mundo, fazem a “globalização”, mas fecham as fronteiras entre os dois mundos que continuam a existir, o “mundo desenvolvido” onde o consumismo, o motor da sua economia, permite que se tenha muito mais do que o necessário, mesmo que se esbanje, e o “terceiro mundo” onde crianças e adultos morrem de fome aos milhares em cada dia, onde a doença causa sofrimentos insuportáveis por falta de meios para a evitar e para a tratar, onde um simples gole de água custa enormes sacrifícios e pode trazer consigo a doença fatal!
Não repararam esses senhores que uma hora de mudança se aproxima, que a “hora do recreio” está a acabar e têm de voltar à realidade da qual tanto tempo viveram alheados.
Os milhões de frustrados pelos resultados de políticas marginais da única que os políticos e os sindicatos conhecem bem, a financeira, começam a dar mostras da sua indignação à qual muito dificilmente se conseguirá por travão porque conduz ao clímax lógico da série quase infinita de disparates feitos em nome de um futuro melhor nunca alcançado! E a indignação vai continuar à revelia de partidos políticos e de sindicatos que não conseguem entender o que se passa.
Por cá, tal como noutros lugares de um mundo que sem ser terceiro até pode ser bem pior do que isso, os políticos e os sindicatos continuam a brincar com o fogo. Uns não entenderam, ainda, a mudança que acontecerá quer queiram quer não. Os outros apanham a boleia dos “indignados” e transformaram uma manifestação de desejo de mudança de um estilo de vida que já não tem futuro num protesto “capitalista” porque não é mudança que desejam mas melhores salários que o capitalismo esgotado já lhes não pode pagar!

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