A 28 de Agosto de 1963, faz
amanhã cinquenta anos, Martin Luther King Jr fez o seu célebre discurso “I have
a dream”. Passou meio século desde esse dia em que este inesquecível apelo ao fim
do racismo nos Estados Unidos aconteceu. Foi um apelo à paz entre brancos e
negros, um apelo à fraternidade entre raças. Hoje seria, sem dúvida, um apelo ao
fim de tantas guerras que destroem a Humanidade, à paz entre todos os seres da
Humanidade.
Um sonho em parte cumprido
na contenção de um racismo que, apesar disso, não deixou de existir porque é
difícil acabar com preconceitos e com as mais diversas discriminações que
continuam a ser causa de conflitos surdos ou explícitos que não acontecem
apenas por causa da cor da pele, mas por muitas outras razões, sejam físicas ou
morais. Acrescentados os interesses materiais dos quais ninguém abdica e
exaltados os projectos de poder que se tornam cada vez mais radicais, a paz
mundial é minada por centenas de focos de conflito entre os infelizes peões que
os mais poderosos escolheram para se queimarem nos jogos de guerra que jogam em
função dos seus interesses.
O Médio Oriente, a quase
terra de ninguém que separa orientais de ocidentais, é o vulcão do qual jorra a
lava ardente que todos os demais ali concentram, aproveitando as rivalidades profundas
do mundo árabe para fomentar guerras que não há bom senso que justifique.
Em vez da unidade mundial
que deveria constituir o travão de mais uma guerra desumana e sanguinária como
a que destrói a Síria, acontece a divisão entre dois blocos, cada qual
defendendo os seus interesses e nenhum preocupado com o infeliz povo sírio que
bombas, balas e gases químicos dizimam nem com os montes de escombros em que o
país se vai tornando.
É mais uma evidência do cinismo que as regras da ONU podem promover com os “vetos” interesseiros que se contrapõem ao bom senso, aos propósitos que seriam a sua razão de ser e aos objectivos de paz que deveria prosseguir.
Fará, então, algum sentido dizer, como Martin Luther King o faria, que temos o sonho de ver o mundo em paz?
Fará, então, algum sentido dizer, como Martin Luther King o faria, que temos o sonho de ver o mundo em paz?
Fará algum sentido dizer,
como Martin Luther King o faria, que temos o sonho de ver o mundo em paz?
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