(foto:Wikipedia)
Os milhares de incidentes
de fogo na floresta portuguesa que acontecem ano após ano, com as
correspondentes intervenções que envolvem inúmeros meios humanos e de
equipamento, com as perdas de vidas e de bens que acabam por causar, são um
drama em quaisquer circunstâncias. Mas quando o país se encontra numa situação
de penúria como esta que vivemos, tornam-se num drama ainda maior, para o qual
se deveria olhar de um modo adequado às circunstâncias excepcionais em que
nos encontramos.
Todos os anos fica a
convicção de serem, a maioria dos incêndios, resultantes de fogo posto, por
pirómanos que se deliciam, depois, a olhar os espectáculos tenebrosos de
centenas ou milhares de hectares devorados por chamas alterosas, por actos de vingança
pessoal ou por descuidos.
Não são, por certo, causas naturais que fazem deflagrar incêndios em várias frentes simultâneas ou a horas em que não faz grande sentido uma combustão expontânea.
Não são, por certo, causas naturais que fazem deflagrar incêndios em várias frentes simultâneas ou a horas em que não faz grande sentido uma combustão expontânea.
Mas todos os anos, também,
poucas notícias se dão do que resulta dos esforços da polícia para esclarecer
estas situações e, até, da penas a que sejam condenados estes criminosos aos
quais, penso eu, seria devido um tratamento compatível com as circunstâncias em
que vivemos, com os danos humanos e materiais que causam, bem como com todos os
custos a que o controlo destas calamidades conduz.
Ontem li, algures que 25 suspeitos de fogo posto tinham sido presos. E depois? Ficamos a saber mais das desgraças que causaram do que dos castigos que lhes impuseram.
Ontem li, algures que 25 suspeitos de fogo posto tinham sido presos. E depois? Ficamos a saber mais das desgraças que causaram do que dos castigos que lhes impuseram.
Tenta o país recuperar de
um drama financeiro e social como poucas vezes terá vivido na sua longa História,
no que é dever de todos os portugueses participar empenhadamente. Não faz,
pois, sentido que criminosos ou descuidados contribuam para tornar maiores as
dificuldades que já são bem grandes.
Que preço deverá um
criminoso assim pagar? Ou, como dizem os homens do Direito nos seus arrazoados
que nem sempre me parecem razoáveis, qual a moldura penal para crimes assim?
Quanto deverá um criminoso destes pagar por uma habitação que arde, pelo
esforço de toda uma vida que é destruído, por um bombeiro que morre ou fica
estropiado?
Tal como nas medidas
especiais a que as circunstâncias que vivemos nos obrigam, também estes
criminosos sem alma deveriam sofrer penas agravadas, bem como me parece que
deveriam merecer uma exposição pública para que todos soubéssemos quem agrava,
ainda mais, a austeridade a que outros devaneios, não menos criminosos talvez,
nos obrigaram.
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