Não há melhor forma para avaliar a competência de um profissional do que através dos resultados do seu trabalho. É uma afirmação que ouso submeter à mais severa das críticas!
É por isso que, sabendo do
que falo, me atrevo a duvidar da competência de muitos dos professores que por
aí ensinam os nossos filhos e netos no ensino secundário, onde os resultados
negativos de mais de metade dos alunos é uma prova eloquente de incapacidade.
Não me surpreende, por
isso, a decisão do Ministério da Educação de avaliar a competência para ensinar
de pessoas que não fizeram nenhuma preparação especial para serem professores.
Não se trata de duvidar do
saber de seja quem for nas matérias dos cursos superiores em que tiveram
aprovação. Trata-se de avaliar a capacidade de transmitir, de forma adequada, os conhecimentos.
Fui professor a nível
universitário e posso garantir que, ao longo dos últimos anos em que fui
docente, me dei conta de uma degradação progressiva dos conhecimentos básicos
dos alunos, dos conhecimentos que no ensino secundário deveriam ter adquirido e
cimentado. Era deprimente verificar uma enorme ignorância em diversas matérias
e não apenas na matemática que, injustamente, se tornou no maior inimigo dos
estudantes. Não saber expressar ideias era, ainda, mais dramático, o que me
aumentava imenso o trabalho de avaliação dos seus conhecimentos, sobretudo em
provas escritas.
Felizmente, a grande
maioria eram pessoas inteligentes que foi possível ensinar a pensar, em vez de,
simplesmente, tirar partido de uma capacidade de memória que, embora útil, não
é bastante para proporcionar o conhecimento que deve ter quem sabe das coisas. Era interessante dar conta daquele momento em que, como que num "eureka", despertavam para o entendimento das coisas, algumas vezes ao ponto de perguntarem "mas é assim tão simples?"
Por tudo isto, achei
assustadoramente ridícula uma intervenção que ouvi do presidente da FENPROF com
argumentos patéticos contra esta decisão que me parece justificada e que ficam
mal na boca de um professor que nunca deve considerar estúpido quem o escuta!
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