ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

O ACIDENTE DE SANTIAGO

Foi um acidente brutal que, pelas suas consequências, deve merecer uma atenção muito especial, da qual sejam tiradas ilacções para que possam evitar-se, no futuro, tragédias semelhantes.
Para além dos que perderam a vida no acidente e dos que, por via dele, vão ficar seriamente estropiados, dos trabalhos de limpeza da via e da culpabilização do maquinista, as notícias nada ou pouco mais dizem. Mas haverá, certamente, um trabalho profundo a fazer para lá de tudo isso. Haverá providências a tomar, alterações a fazer, para além da simples condenação do mais evidente culpado.
A primeira coisa que me chamou a atenção foi aquela curva que deve ser feita a uma velocidade reduzida numa linha de alta velocidade.
Se este é já um troço para além da linha de alta velocidade é uma questão sem importância relevante, pois não me dei conta de existir qualquer descontinuidade notável, daquelas que, só por si, chamam a atenção e obrigam a reduzir a velocidade. Sendo assim, qualquer possível distracção, como as fatais circunstâncias mostraram ser possível acontecer, pode gerar um acidente grave como aquele que aconteceu, tal como pode ocorrer se, numa auto-estrada, existir uma curva demasiadamente apertada em que a velocidade de segurança seja muito inferior àquela da via a que pertence, por melhor assinalada que esteja. Quanto a mim este é um erro grave que culpabiliza quem concebeu a linha se não tomou providências para minimizar, através de outros dispositivos mecânicos ou electrónicos, a possibilidade de descuido na travagem atempada que deve ser feita e sem a qual o acidente é inevitável.
Além disso, em combóios de alta velocidade, nos quais até pequenas circunstâncias podem ser causa dos graves acidentes que a alta velocidade potencia, não deveria existir um dispositivo do tipo GPS que mostrasse ao maquinista, a cada momento, a localização do combóio, para evitar que, como disse o que era responsável pela fatídica viagem, perdesse a noção do troço em que se encontrava?
E uma doença súbita do maquinista como se previne?
A alta velocidade comporta riscos demasidamente elevados para que não existam dispositivos que os minimizem numa série de circunstâncias que podem ocorrer, não deixando apenas à falibilidade de um maquinista a segurança de dezenas ou centeneas de pessoas que viajam.
Depois de ler uma notícia de que a “CP já não faz exames psicológicos aos maquinistas”, mais preocupado fiquei, tanto mais porque é sabido como os desarranjos psicológicos têm sido uma consequência desta crise que vivemos e a muita gente tem tirado a esperança de superar a situação greve em que incorreu.
É a segurança que está em causa. Depois, há o princípio de que nada acontece por uma razão apenas.
Espero que a “renfe” se não fique pela culpabilização do maquinista no apuramento das responsabilidades deste terrível acidente.

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