Quando uma Igreja sobrepõe castigos terríveis às virtudes que dignificam a Humanidade, uma Giahd alicia os seus mártires com virgens que o
esperarão no Céu depois do sacrifício da sua vida, um governo concede benesses
antes das próximas eleições que quer ganhar ou a oposição promete maravilhas a
troco do poder que deseja conquistar, bem como tantas coisas que por aí
acontecem, são hipocrisias apenas que acontecem porque devem as Igrejas esclarecer e educar em vez de castigar,
os governos governar e as oposições controlar o governo e cooperar ma
prosperidade do país, porque são essas as suas obrigações perante uma sociedade
que deve ser educada na verdade e não ameaçada na sua ignorância!
É por isso que devemos ser
capazes de dizer as verdades quando delas nos julgamos seguros em vez de
propalar loas e boatos, fazer ameaças quando convenham para os fins que pretendemos
ou, simplesmente, calar o que pensamos por medo do que pensem de nós.
Por isso tenho reflectido algumas
vezes sobre a Democracia e sobre a Constituição que não podem ser intocáveis,
como muitos pretendem que sejam, mas sim ajustadas à realidade que, dia após
dia, se vai tornando diferente. Não me parece que seja crime questioná-las,
fazer notar as suas fraquezas para que sejam corrigidas ou, até, admitir que
sejam interpretadas consoante as condições o exijam.
Por isso me não
surpreendeu nem condeno o que Passos Coelho tenha dito a propósito das
consequências que decisões do Tribunal Constitucional possam ter no esforço de
recuperação que deveríamos levar até ao fim, em vez de nos envolvermos em
aventuras que nos podem custar um preço impossível de pagar. Não o tomo por uma
pressão mas por uma advertência sobre a qual todos, até os humanos juízes,
devemos ponderar.
Já nem oiço o que digam os
políticos que sejam capazes de trocar os mais nobres ideais ou os direitos da
sociedade de que emanam pelo poder que, acima de tudo, ambicionam. Irritam-me
as caras saloias de santinhos com que se acusam e caluniam uns aos outros.
Mas mais me custa, ainda,
escutar os disparates de quem faz do que alguém tenha escrito, as leis que a
Natureza não reconhece, a realidade não permite respeitar, as regras que a
inteligência não dita e os princípios que a sabedoria não consagra!
Neste momento não creio
que haja outro princípio mais importante de respeitar do que o da equidade no
esforço inevitável exigido a todos nós, como considero um grave erro inviabilizá-lo em nome de seja o que for que não
contribua, com igual esforço, para o reduzir.
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