ACORDO ORTOGRÁFICO

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domingo, 18 de agosto de 2013

ENTRE A HIPOCRISIA E A LIBERDADE

Quando uma Igreja sobrepõe castigos terríveis às virtudes que dignificam a Humanidade, uma Giahd alicia os seus mártires com virgens que o esperarão no Céu depois do sacrifício da sua vida, um governo concede benesses antes das próximas eleições que quer ganhar ou a oposição promete maravilhas a troco do poder que deseja conquistar, bem como tantas coisas que por aí acontecem, são hipocrisias apenas que acontecem porque devem as Igrejas esclarecer e educar em vez de castigar, os governos governar e as oposições controlar o governo e cooperar ma prosperidade do país, porque são essas as suas obrigações perante uma sociedade que deve ser educada na verdade e não ameaçada na sua ignorância!
É por isso que devemos ser capazes de dizer as verdades quando delas nos julgamos seguros em vez de propalar loas e boatos, fazer ameaças quando convenham para os fins que pretendemos ou, simplesmente, calar o que pensamos por medo do que pensem de nós.
Por isso tenho reflectido algumas vezes sobre a Democracia e sobre a Constituição que não podem ser intocáveis, como muitos pretendem que sejam, mas sim ajustadas à realidade que, dia após dia, se vai tornando diferente. Não me parece que seja crime questioná-las, fazer notar as suas fraquezas para que sejam corrigidas ou, até, admitir que sejam interpretadas consoante as condições o exijam.
Por isso me não surpreendeu nem condeno o que Passos Coelho tenha dito a propósito das consequências que decisões do Tribunal Constitucional possam ter no esforço de recuperação que deveríamos levar até ao fim, em vez de nos envolvermos em aventuras que nos podem custar um preço impossível de pagar. Não o tomo por uma pressão mas por uma advertência sobre a qual todos, até os humanos juízes, devemos ponderar.
Já nem oiço o que digam os políticos que sejam capazes de trocar os mais nobres ideais ou os direitos da sociedade de que emanam pelo poder que, acima de tudo, ambicionam. Irritam-me as caras saloias de santinhos com que se acusam e caluniam uns aos outros.
Mas mais me custa, ainda, escutar os disparates de quem faz do que alguém tenha escrito, as leis que a Natureza não reconhece, a realidade não permite respeitar, as regras que a inteligência não dita e os princípios que a sabedoria não consagra!
Neste momento não creio que haja outro princípio mais importante de respeitar do que o da equidade no esforço inevitável exigido a todos nós, como considero um grave erro inviabilizá-lo em nome de seja o que for que não contribua, com igual esforço, para o reduzir.

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