… Resolvi dar uma vista de olhos ao que se passa.
Para
além de continuarem à volta das já malcheirosas swap, numa chinfrineira que
cada vez mais mostra que se a estupidez fosse música seríamos um país de bombos,
repetem-se à exaustão notícias sem cujo conhecimento bem poderíamos passar
como, por exemplo, a do Primeiro-Ministro morueguês que resolveu fazer de taxista
para se dar conta do que da política diz o povo.
Além
disso, pouco mais do que as inevitáveis notícias sobre os incêndios estivais,
nas quais se exibem aquelas fantásticas imagens que deliciam os pirómanos!
Mas
captou a minha especial atenção uma crónica sobre “o país dos snobs”, por onde,
segundo o autor, se passeariam Jesus, Cavaco e o Álvaro!
Tendo
em conta o cenário português de meados do século XIX que Thakeray descreve no
seu livro “o mundo dos snobs”, quando o rei vai caçar coelhos nos viveiros de
Sintra ou faisões nas reservas de Mafra, os quais mata com uma espingarda que
um couteiro lhe carrega e depois entrega a um nobre que, com suas mãos, a
entrega ao rei, fácil será fazer a equivalência dos personagens dessa época com
os que agora são colocados nesse mundo de idiotas.
A
verdade é que achei demasiado forçada a comparação e só entendi aquela do “homem
que se fez à vida, um self-made-man sem vergonha do seu passado e da sua
linguagem”, quando reparei tratar-se do treinador do Benfica que “está sempre a
ser gozado, como se os tiques de linguagem fossem a bitola de avaliação de um
técnico de futebol”.
Não
sei qual é a noção de sel-made-man que aqui prevalece, mas suponho que o tal Jesus
teve a formação qua a UEFA e a FIFA exigem para tais funções, a qual, por sua
vez, exige um dado nível de formação escolar que alguém teve de certificar. E como jogador, até teve treinadores. Ou
o homem acabou de sair do mato?
Que
Jesus não tenha conseguido, mesmo assim, perder o sotaque da Amadora, é coisa
que me não espanta porque vejo por aí brasileiros que ao fim de meio século
ainda não perderam o que trouxeram do outro lado do Atlântico…É o seu sotaque! Mas que alguém
que ganha num mês mais do que milhões de portugueses numa vida inteira e, por
isso, faz parte dos milionários deste país, não saiba falar um português
minimamente escorreito, já é coisa que o não dignificará, mesmo não sendo esta a
bitola própria para o avaliar. E mesmo sem necessidade de
anular o sotaque que tivesse, a obrigação de elevar a sua cultura um pouco
acima do nível zero em que se encontra, em aulas que a sua conta bancária
decerto lhe permite pagar (porque engolir um dicionário de sinónimos, para além
de uma grande indisposição, de nada serviria), isso seria, sim, a bitola que
mede qualquer pessoa com cabeça que sirva para mais do que para dar cabeçadas e
pontapés numa bola!
E,
mesmo assim, será que o futebol do Benfica é aquele que tantos milhões em
craques poderia permitir jogar?
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