Não
se iludam os que pensam ser o capitalismo uma característica própria daquilo a
que se chama a “direita” que a “esquerda” combate”, porque ele é, sem a menor
dúvida, o que rege as atitudes de uns e de outros que apenas divergirão, em
teoria, no que fazer com o dinheiro. Ou, bem vistas as coisas, talvez nem nisso
porque, afinal, o capitalismo é a razão de ser das suas existências!
A
maioria dos capitalistas já tiveram os seus tempos de protesto quando o não
eram. Os que o não são, gostariam de sê-lo.
O
capitalismo é, seguramente, o único regime no chamado “mundo civilizado” que
delapida os recursos dos que não têm condições para ser capitalistas,
deixando-os, pelo seu egoísmo e indiferença, na miséria de uma vida sem
dignidade.
É
assim que vivem vários milhares de milhões de seres humanos por esse mundo
fora, aos quais jamais vi estender as preocupações que merecem os “pobres” que
andam de carro, são utilizadores inveterados de sofisticados meios de
comunicação, bebem muita cerveja, comem marisco, frequentam festivais mas,
mesmo assim, querem sempre mais e não abdicam das conquistas que alcançaram nos
jogos políticos que aprenderam a jogar.
Assim
se extremam os campos que, mais cedo ou mais tarde se confrontarão nesta Terra
onde princípios hipócritas dizem que todos nascem iguais mas onde, como diria
Orwell, uns são mais iguais do que outros.
É
por isso que eu penso que, mais do que disputar benesses, melhor seria evitar a
dicotomia mais perigosa das até agora produzidas pelo egoísmo humano. Um mundo
dividido entre “off shores” cheios de dinheiro e o resto do mundo degradado e
onde pouco ou nada haverá para comprar com ele!
Todas
elas contêm visões diferentes para as soluções a adoptar, dentre as quais eu
não saberia escolher apenas uma como aquela que o seria. Mas penso que a sua
discussão empenhada e serena poderia mostrar o modo de viver na paz e relativa
felicidade que hoje não encontramos em parte alguma e causa os extremismos que,
aos poucos, nos vão destruindo.
É
hora de por de lado os “chavões” e pensar, deixar de escutar os vendedores da
banha da cobra e procurar as curas de que tantas chagas feitas ao mundo necessitam
para se curar.
Daniel
Cohen é um professor de economia da Universidade de Paris, cujos trabalhos lhe
valeram distinções e prémios em todo o mundo.
É de
um dos seus últimos livros que vos proponho ler, “A prosperidade do vício”.
Para
as suas análises sobre o Homem na Sociedade, Cohen jamais deixa de fora
aspectos e saberes de que outros nem raramente se lembram como a Sociologia, a Filosofia, a História e outros.
Sobre
o livro que agora estou a ler, diz-se na sinopse, “…se, depois das tragédias já vividas pelo ocidente e o veneno e o vício
escondidos que corrompem a Europa se espalharem pelo mundo inteiro em globalização, conseguirá o Planeta evitar um novo suicídio colectivo, desta vez ecológico?
Como a presente crise financeira brutalmente
lembrou, uma incerteza de ordem sistémica paira sobre o capitalismo. Saberemos
para onde nos leva, para onde nos arrasta o mundo?
São estas as questões que
condicionarão o século XXI e que são analisadas com concisão e notável
sobriedade por Daniel Cohen neste livro importante que dá um retrato fiel da
História da Humanidade e das incertezas que pairam sobre o seu destino”.
Guerra à demagogia! Vamos pensar, reflectir, para salvar a Humanidade ameaçada.
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