ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

sábado, 21 de maio de 2016

A GUERRA DOS NADAS



Não se iludam os que pensam ser o capitalismo uma característica própria daquilo a que se chama a “direita” que a “esquerda” combate”, porque ele é, sem a menor dúvida, o que rege as atitudes de uns e de outros que apenas divergirão, em teoria, no que fazer com o dinheiro. Ou, bem vistas as coisas, talvez nem nisso porque, afinal, o capitalismo é a razão de ser das suas existências!
A maioria dos capitalistas já tiveram os seus tempos de protesto quando o não eram. Os que o não são, gostariam de sê-lo.
O capitalismo é, seguramente, o único regime no chamado “mundo civilizado” que delapida os recursos dos que não têm condições para ser capitalistas, deixando-os, pelo seu egoísmo e indiferença, na miséria de uma vida sem dignidade.
É assim que vivem vários milhares de milhões de seres humanos por esse mundo fora, aos quais jamais vi estender as preocupações que merecem os “pobres” que andam de carro, são utilizadores inveterados de sofisticados meios de comunicação, bebem muita cerveja, comem marisco, frequentam festivais mas, mesmo assim, querem sempre mais e não abdicam das conquistas que alcançaram nos jogos políticos que aprenderam a jogar.
Assim se extremam os campos que, mais cedo ou mais tarde se confrontarão nesta Terra onde princípios hipócritas dizem que todos nascem iguais mas onde, como diria Orwell, uns são mais iguais do que outros.
É por isso que eu penso que, mais do que disputar benesses, melhor seria evitar a dicotomia mais perigosa das até agora produzidas pelo egoísmo humano. Um mundo dividido entre “off shores” cheios de dinheiro e o resto do mundo degradado e onde pouco ou nada haverá para comprar com ele!

Todas elas contêm visões diferentes para as soluções a adoptar, dentre as quais eu não saberia escolher apenas uma como aquela que o seria. Mas penso que a sua discussão empenhada e serena poderia mostrar o modo de viver na paz e relativa felicidade que hoje não encontramos em parte alguma e causa os extremismos que, aos poucos, nos vão destruindo.
É hora de por de lado os “chavões” e pensar, deixar de escutar os vendedores da banha da cobra e procurar as curas de que tantas chagas feitas ao mundo necessitam para se curar.
Daniel Cohen é um professor de economia da Universidade de Paris, cujos trabalhos lhe valeram distinções e prémios em todo o mundo.
É de um dos seus últimos livros que vos proponho ler, “A prosperidade do vício”.
Para as suas análises sobre o Homem na Sociedade, Cohen jamais deixa de fora aspectos e saberes de que outros nem raramente se lembram como a Sociologia, a Filosofia, a História e outros.
Sobre o livro que agora estou a ler, diz-se na sinopse, “…se, depois das tragédias vividas pelo ocidente e o veneno e o vício escondidos que corrompem a Europa se espalharem pelo mundo inteiro em globalização, conseguirá o Planeta evitar um novo suicídio colectivo, desta vez ecológico?
Como a presente crise financeira brutalmente lembrou, uma incerteza de ordem sistémica paira sobre o capitalismo. Saberemos para onde nos leva, para onde nos arrasta o mundo?
São estas as questões que condicionarão o século XXI e que são analisadas com concisão e notável sobriedade por Daniel Cohen neste livro importante que dá um retrato fiel da História da Humanidade e das incertezas que pairam sobre o seu destino”.
Guerra à demagogia! Vamos pensar, reflectir, para salvar a Humanidade ameaçada.

Sem comentários:

Enviar um comentário