Agora,
segundo o que leio, vai ser ou está a ser julgada uma mãe que perdeu um filho na
prática estúpida de uma praxe que, afinal, era ou não era praxe e, ainda por
cima, por iniciativa de alguém que ela terá mencionado nas acusações
desesperadas que fez sobre os eventuais culpados pela tragédia.
Perdeu
o filho e pode perder mais uma quantidade estúpida de dinheiro que, porventura
nem tem, porque alguém se sente prejudicado pelo desespero de uma mãe e pede um indemnização!.
É
este o caso da Tuna de Famalicão onde morreu um caloiro sobre quem foi praticada violência, um caso de tão pouca importância
e do qual, pelos vistos, ninguém se deu conta! Ninguém viu nada apesar de a
morte ter acontecido e ser atribuída a violência e violência não ser praxe, como afirmou alguém que, depois, diz não ter visto nada!
Obviamente
que o tribunal se dá conta do pacto de silêncio que existe e impede apurar a
verdade do que sucedeu a um caloiro que consideravam fraco.
Como
não pode deixar de ser evidente, todos viram o que sucedeu e todos estarão a
encobri-lo com o tradicional pacto de silêncio que nestes casos se fazem, pelo
que todos são coniventes num assassínio brutal em nome de idiotices que
pretendem que sejam praxes académicas.
E
por que será que neste país estas coisas acabam, vezes demais, no esquecimento
sem consequências como aconteceu no Meco?
Será
digno de futuros “doutores” o que acontece nas agressões físicas e morais que,
todos os anos, acontecem nas praxes?
Não basta já?
Estará
certo que a manifestação de alegria se reduzam aos “alegres” se passearem, totalmente
alcoolizados, pelas ruas?
Serão
legais essas organizações praxistas com “duxes” e sei lá mais que “cargos
importantes” que enchem o ego de alguns quem têm nisto a única maneira de ser
alguém na vida e dos quais partem as iniciativas que, vezes demais acabam em
tragédia?
Estou
certo de que, um dia, haverá um tribunal que tenha a coragem de por tudo a
limpo.
Farão
sentido as circunstâncias que levam a dar notícias como esta que hoje li?
(Público)
Quinze anos não chegaram para quebrar
o pacto de silêncio imposto na Tuna Académica da Universidade Lusíada de
Famalicão sobre a morte de Diogo Macedo, em Outubro de 2001. Esta quarta-feira,
José Afonso, mediador de seguros, que se disse ainda “tuno” perante o Tribunal
da Maia, recusou o que a Justiça já descobriu. “O que aconteceu naquela noite
não foi praxe. A violência não é praxe”, sublinhou.
“Foi então violência o que aconteceu?”,
questionou Sónia Carneiro, advogada de Maria de Fátima Macedo, mãe do jovem que
então morreu com 22 anos. José Afonso, conhecido na tuna como “o comuna”, negou
e insistiu não saber o que provocou a morte de Diogo. Não viu nada.
“Há factos evidentes, um tribunal
concluiu que a morte se deveu a agressões em praxe. Estavam lá dez pessoas e
ninguém sabe o que aconteceu?”, perguntou a procuradora. José Afonso recordou
que foi a universidade que foi condenada, em 2009, num processo cível. Diogo
morreu após ter sido agredido numa praxe durante um ensaio da tuna, concluiu um
juiz naquele processo. A tuna reuniu-se e terão acertado versões sobre o
sucedido: ninguém se recorda do que fizeram ao jovem. “Um muro de silêncio”,
lamentou então o magistrado. José Afonso apenas admite a reunião: “Falam de um
pacto. Não sei o que é isso…”
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