Não
é a primeira vez que os estivadores do porto de Lisboa criam sérios problemas à
economia portuguesa. Esta foi mais uma e bem violenta que mantem o porto
inactivo por mais de um mês. São muitos milhões de prejuízo para os agentes
portuários e para a economia do país.
Ainda
por cima e segundo se noticia, a greve mantém-se depois de resolvida a
reivindicação que estava na sua origem! Depois de satisfeita esta, os
estivadores querem mais, o que deixa pensar que satisfeita outra, outras
quereriam depois.
É
velha e bem conhecida a regra “se encontrares mole, carrega”.
Não
me parece que seja assim que se resolvem problemas, nem creio que corresponda a
qualquer princípio democrático proceder desta maneira que coloca interesses de
uns poucos centos de pessoas acima do interesse de todos nós que, neste momento
delicado, é recuperar a economia do país e não prejudica-la abusivamente.
Naturalmente
e depois dos elevados prejuízos acumulados, a reacção chegou e surpreendeu os
que julgavam ser os senhores do porto.
Um
despedimento colectivo foi a solução inevitável perante a passividade de um
governo que não quis intervir para não criar problemas nos frágeis acordos
parlamentares conseguidos e onde os sindicatos dominam, tentando repor a ditadura do proletariado que a História já arquivou.
Falam,
depois, os grevistas em ataques à democracia que colocam em causa o próprio
Estado de Direito. E para que servirá um Estado de Direito se outro Estado não
houver que o sustente?
E
que Estado de Direito será aquele que não concede a qualquer trabalhador o
direito de não fazer greve se assim o entender e é, depois, chamado de “fura-greves”?
Qual
é, de facto, o conceito de liberdade?
Quem
sabe se deste modo os problemas do Porto de Lisboa se resolverão de vez, se pode ser recuperada a zona ribeirinha de Lisboa, se alivia o trânsito pesado nestas zonas
da cidade e, de novo, Lisboa vai poder voltar a dar o braço ao seu namorado de sempre, o Tejo?
Há
outros portos de carga e bem melhores, neste país.
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