ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 13 de maio de 2016

O PLANO B



Antes de mais afirmo, com a convicção que uma longa experiência me deixou, que quem não tiver um plano B para qualquer projecto que pretenda realizar, desafia o destino, corre riscos sérios, pois nada que se planeie pode ser feito com mais rigor do que a nossa capacidade de prever o futuro nos consente. E não é muita essa capacidade de prever que imprevistos sempre atrapalham as previsões que fizémos.
O futuro prepara-se com base no passado, com a experiência que ele nos deu, atendendo às alterações que mudanças próprias do tempo sempre acarretam, além dos tais imprevistos que, obviamente, se não podem prever. Mas que se deve considerar que aconteçam!
Futurologia é, pois, o que quem planeie o futuro terá de fazer, porque os parâmetros a considerar são numerosos, nem sempre bem conhecidos ou, sequer, conhecidos e, por isso, as alternativas a considerar são inúmeras e complexas, muitas delas sem critérios de avaliação definidos.
É por isso que, ao planear, é habitual considerar, para além da mais provável, as hipóteses optimista e pessimista que, supostamente, serão os limites entre os quais a realidade futura se poderá situar.
E, mesmo assim, quem o pode garantir?
Apesar do curto prazo de um Orçamento de Estado, apenas um ano, podem não ser assim tão poucas as incertezas que não consentem as garantias que, politicamente, ele pretende dar.
Serão tantas mais quanto mais agitado estiver o mundo e, com isso, mais forem os parâmetros a considerar nas contas que se façam e mais prováveis os imprevistos.
Então como não ter um plano B, ou diversos até, consoante os níveis de incerteza com que as decisões tomadas se defrontem?
Um pouco de atenção e notaremos os “ajustamentos” já feitos a tantas certezas que nos deram, como se esfumaram garantias, como ficam, a cada dia que passa, mais frágeis as certezas que obrigam a desviar o caminho.
É assim e sempre foi assim. Mas agora cada vez mais.
Por isso são cada vez mais sofisticadas as mentiras com que se tenta encobrir o que não passa de ser natural, porque a política o não é e cada vez menos o será.
Por isso é evidente que existe o Plano B, tantos planos B quantas as necessidades de ajustar as “contas” à realidade.
Não se deixem levar na “cantiga” da infalibilidade das contas sejam de quem for e vão prestando atenção aos impostos que, de forma cada vez mais subtil, vamos pagando, como tudo vai ficando mais caro dia a dia, como a contenção a que chamam austeridade vai passando de necessária a inevitável, como tudo, pouco a pouco, vai ficando diferente.


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