Antes
de mais afirmo, com a convicção que uma longa experiência me deixou, que quem
não tiver um plano B para qualquer projecto que pretenda realizar, desafia o
destino, corre riscos sérios, pois nada que se planeie pode ser feito com mais rigor
do que a nossa capacidade de prever o futuro nos consente. E não é muita essa
capacidade de prever que imprevistos sempre atrapalham as previsões que fizémos.
O
futuro prepara-se com base no passado, com a experiência que ele nos deu, atendendo
às alterações que mudanças próprias do tempo sempre acarretam, além dos tais
imprevistos que, obviamente, se não podem prever. Mas que se deve considerar que
aconteçam!
Futurologia
é, pois, o que quem planeie o futuro terá de fazer, porque os parâmetros a
considerar são numerosos, nem sempre bem conhecidos ou, sequer, conhecidos e,
por isso, as alternativas a considerar são inúmeras e complexas, muitas delas
sem critérios de avaliação definidos.
É
por isso que, ao planear, é habitual considerar, para além da mais provável, as
hipóteses optimista e pessimista que, supostamente, serão os limites entre os
quais a realidade futura se poderá situar.
E,
mesmo assim, quem o pode garantir?
Apesar
do curto prazo de um Orçamento de Estado, apenas um ano, podem não ser assim tão
poucas as incertezas que não consentem as garantias que, politicamente, ele
pretende dar.
Serão
tantas mais quanto mais agitado estiver o mundo e, com isso, mais forem os
parâmetros a considerar nas contas que se façam e mais prováveis os imprevistos.
Então
como não ter um plano B, ou diversos até, consoante os níveis de incerteza com
que as decisões tomadas se defrontem?
Um
pouco de atenção e notaremos os “ajustamentos” já feitos a tantas certezas que
nos deram, como se esfumaram garantias, como ficam, a cada dia que passa, mais
frágeis as certezas que obrigam a desviar o caminho.
É
assim e sempre foi assim. Mas agora cada vez mais.
Por
isso são cada vez mais sofisticadas as mentiras com que se tenta encobrir o que não
passa de ser natural, porque a política o não é e cada vez menos o será.
Por
isso é evidente que existe o Plano B, tantos planos B quantas as necessidades
de ajustar as “contas” à realidade.
Não
se deixem levar na “cantiga” da infalibilidade das contas sejam de quem for e vão prestando atenção aos
impostos que, de forma cada vez mais subtil, vamos pagando, como tudo vai
ficando mais caro dia a dia, como a contenção a que chamam austeridade vai
passando de necessária a inevitável, como tudo, pouco a pouco, vai ficando
diferente.
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