Fiquei
um tanto surpreendido com a recente afirmação de Marcelo sobre a estabilidade
política em Portugal que garantirá até às eleições autárquicas que terão lugar em
Setembro/Outubro do próximo ano, depois das quais, disse o Presidente, logo se
veria.
Foi
como que fixar um prazo de validade ao Governo, após o qual ficará por sua
conta.
Não
é uma afirmação que possa passar sem despertar a curiosidade que leva a procurar
uma razão para ser feita, uma afirmação que parece não ter em conta, como seria
natural, outras razões para além dos resultados eleitorais que aconteçam.
Recordei,
então, uma afirmação de Marcelo ainda comentador político e sem confirmação da
sua candidatura à Presidência da República, feita num debate no PSD de Vila
Franca de Xira, no qual disse que “as eleições autárquicas de 2017 são mais
importantes do que as presidenciais”, pelo que o PSD não deveria descurar a sua
preparação, deixando-a para a última hora.
É
uma afirmação decerto baseada na crença de poderem as eleições autárquicas ter resultados
que façam delas como que uma segunda volta das eleições legislativas passadas e
das quais resultou uma situação política estranha com um acordo parlamentar que
o tempo e as circunstâncias podem tornar cada vez mais difícil de manter
porque, até lá, serão muitas as circunstâncias que o desgastarão e farão
transparecer as diferenças profundas que, apesar de tudo, se mantêm.
Até
às próximas eleições autárquicas passará, ainda, mais de um ano ao longo do
qual a política e o desempenho do governo de Costa demonstrará as suas virtudes
ou sucumbirá às razões dos que descrêem dos bons efeitos das soluções que
adopta e, até, da capacidade de cumprir a maioria das promessas que fez.
Não
sou vidente, pelo que não consigo adivinhar o que se passará e nem sou daqueles
“sábios” que, depois de o governo fazer e não dar certo, ensinam como deveria
ter feito para resultar melhor.
Assim
sendo, terei de esperar para ver o que acontece.
Deixo,
apenas, um voto: se for mau que o não seja demais porque bastará o que, por
outras razões, teremos de aguentar.
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