Vai
crescendo o receio pelos resultados desta versão “desausterizada” de uma
economia profundamente debilitada pelo mau e excessivo uso dos seus parcos recursos,
começando a tornar-se desespero o que foi a esperança de que o milagre da
multiplicação dos pães acontecesse numa terra que não semeia.
Torna-se
cada vez mais evidente que jamais seremos o oásis no meio do deserto que, a
cada dia, vemos crescer à nossa volta e do qual tantos já fogem, restando-nos a
velha ilusão de que “o mal de muitos é conforto”. Que não é!
Como
é estúpido esperar pelo milagre que não acontece, porque não há milagres destes
sem o bom senso, sem o empenhamento e sem o trabalho que o possam fazer.
Como
sempre me pareceu, tal como a outros pareceu também, não será a fuga para a
frente a solução de um problema que há tanto nos acompanha, como se, fugindo, o
pudéssemos despistar para dele nos vermos livres para sempre, pois não passaria
de ser a fuga da própria sombra que apenas nos deixa mais cansados.
Esgotam
seus poderes as engenharias financeiras que tiram daqui, colocam além e depois
noutro lugar qualquer, cada vez mais depressa para que pareça que tudo está em
todo o lado ao mesmo tempo, como se tivera o dom da ubiquidade que, na física
de que fazemos parte, não existe.
Vai-se disfarçando a fragilidade de uma política que, afirmando-se contra a
austeridade, vai metendo as mãos em outros bolsos com a mesma suavidade com que
o fazem os habilidosos "amigos do alheio" que nos não cobram impostos, mas nos vão surripiando o que
temos.
Escolhi
para ilustrar este pequeno escrito, uma imagem que fiz há muito tempo, de uma
manifestação com que evitámos que o comunismo nos “nacionalizasse” e fizesse
como todo o país o que fez com a “reforma agrária”, usou e deitou fora!
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