ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

EU SOU CENTENO!



Fala um, diz o outro e mais o outro, mas ninguém diz a mesma coisa quando o tema é o orçamento ou a crise.
Mas Centeno mantém-se firme nas suas convicções de que tudo está a correr bem e, contra tudo e contra todos, diz estarem bem feitas as suas contas .
Aproveitando aquele modo de demonstração de solidariedade que se tornou comum desde que uns “enviados de Ala” fizeram uma mortandade no Charlie Hebdo, apetece-me dizer “eu sou Centeno”, porque quero que aquelas contas que não entendo, porque são de uma aritmética diferente da minha, e nas quais a União Europeia diz não acreditar, batam mesmo certo!
Deus nos livre que não batam porque, obviamente, as prefiro à desgraça que seria se não batessem, pois não haveria "Plano B" que nos valesse!
Não me apetece nada que aconteçam as desgraças que tantos anunciam, mesmo não vendo como as evitar. Por isso eu desejo, do fundo do coração, que Centeno tenha razão.
Que a não tenham a União Europeia, Medina Carreira, a UTAO, Manuela Ferreira Leite, as empresas de notação financeira ou o raio que os parta a todos, é o que mais desejo, porque prefiro o milagre que Centeno e Costa escondem algures para, no momento certo, o realizarem. Porque, se tudo isto der para o torto, não tenho papeis no Panamá, na Suiça, na City, na madeira ou em outro Off Shore qualquer a que possa recorrer se uma tragédia como a que a Venezuela vive, aqui se instalar.
Afinal o que não sabe Maduro que outros políticos saibam? Penso que nada. O líder venezuelano que ouve no chilrear de passarinhos o espírito de Chavez que o orienta, apenas adiantou situações e factos que, tudo me leva a crer, mais cedo do que mais tarde aqui vão acontecer também se o mundo pretensamente civilizado continuar a ignorar a realidade natural que as suas constantes preocupações com as “engenharias financeiras” lhes não deixam tempo para nelas pensar.
Maduro sabe, saberá até mais do que estes que não conseguem ver para além das acrobacias financeiras que se tornaram o jogo mais jogado (por que raio não terão ainda feito um daqueles jogos de consola com estas brincadeiras?), porque todas aquelas desgraças vão acontecer se a política insistir em continuar a esticar a corda prestes a rebentar. Maduro até consegue aumentar 30% o salário mínimo quando pouco ou nada há para, com ele, comprar! 
Talvez seja este um retrato do futuro, já que dinheiro parece não faltar por aí.
De resto, digam-me lá qual é a economia do mundo que está florescente, em verdadeiro crescimento ou aquele lugar onde se não reclama contra a austeridade?
É assim há já muitos anos, desde que entrámos neste túnel escuro onde até um simples e pequeno pirilampo nos faz sonhar com aquela luz que, lá ao fundo, nos faz crer que, finalmente, estamos a sair dele.


Sem comentários:

Enviar um comentário