Tudo
o que tenho escrito revela que não sou dos que depositam maiores esperanças na
qualidade do futuro próximo quando, como todos podemos observar, ele continua a
ser preparado como se fosse passado, como se nada mudasse neste mundo em que
vivemos, como se os problemas fossem os mesmos de outrora e se resolvessem com
as mesmas soluções.
Intranquiliza-me
o modo como aqueles a quem confiamos a nossa esperança descuidam o futuro, não prevenindo
os problemas que podem resultar das alterações que, num Planeta vivo e tal como já o sentimos, necessariamente
acontecem.
Por
mais que as alterações na Natureza que a actividade económica humana acelera se
manifestem preocupantes, não passam de meras palavras de circunstância e de
intenções muito contidas as atitudes que, nas decisões políticas, as consideram
como condicionantes das soluções a adoptar para preparar o futuro.
Julgar
que podemos continuar na via da ilusão de ser infinita a capacidade de suporte
da Terra em que vivemos, pode ser a causa de uma autêntica tragédia que a
Natureza nos pode impor.
Mas,
seja mais cedo ou mais tarde, por nossa iniciativa ou por imposição das circunstâncias, as mudanças terão de acontecer.
Eu
creio, como tantas vezes já escrevi, que apenas uma contenção que harmonize
ritmos de desenvolvimento e ciclos naturais poderá impedir o descalabro que a
persistência em soluções levianas pode causar. Mas acredito, ainda, na inteligência
humana capaz de evitá-lo.
No
anúncio de um livro a sair brevemente e cujo título é o deste texto, fica claro que as soluções não são fáceis e exigem determinação: “Alguns
dos maiores desafios em relação ao bem-estar humano são a desigualdade de
rendimentos, a manutenção da pobreza global e da degradação ambiental.
Estes problemas têm solução, em
teoria. Na prática, porém, são muito difíceis de resolver.
A maioria das soluções propostas não
são aceites pela maioria das pessoas porque requerem sacrifícios que o futuro
pode não justificar.
Este projecto oferece uma abordagem
completamente diferente e explica como é possível reduzir o desemprego, a
pobreza, as desigualdades e o ritmo das alterações climáticas e manter o
crescimento económico – se o desejarmos”.
Mas
seja qual for o autêntico “milagre” que possa, ainda, acontecer, um caminho
longo e duro terá de ser percorrido antes de recomeçar uma nova vida, o que
exige vontade de mudar e aceitar a “austeridade” que, sem qualquer dúvida, vai exigir.
Aliás,
não imagino solução que, depois da situação a que chegámos, nos possa
reencaminhar numa nova via de bem-estar sem sacrifícios duros.
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