ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 19 de maio de 2016

“REINVENTAR A PROSPERIDADE”



Tudo o que tenho escrito revela que não sou dos que depositam maiores esperanças na qualidade do futuro próximo quando, como todos podemos observar, ele continua a ser preparado como se fosse passado, como se nada mudasse neste mundo em que vivemos, como se os problemas fossem os mesmos de outrora e se resolvessem com as mesmas soluções.
Intranquiliza-me o modo como aqueles a quem confiamos a nossa esperança descuidam o futuro, não prevenindo os problemas que podem resultar das alterações que, num Planeta vivo e tal como já o sentimos, necessariamente acontecem.
Por mais que as alterações na Natureza que a actividade económica humana acelera se manifestem preocupantes, não passam de meras palavras de circunstância e de intenções muito contidas as atitudes que, nas decisões políticas, as consideram como condicionantes das soluções a adoptar para preparar o futuro.
Julgar que podemos continuar na via da ilusão de ser infinita a capacidade de suporte da Terra em que vivemos, pode ser a causa de uma autêntica tragédia que a Natureza nos pode impor.
Mas, seja mais cedo ou mais tarde, por nossa iniciativa ou por imposição das circunstâncias, as mudanças terão de acontecer.
Eu creio, como tantas vezes já escrevi, que apenas uma contenção que harmonize ritmos de desenvolvimento e ciclos naturais poderá impedir o descalabro que a persistência em soluções levianas pode causar. Mas acredito, ainda, na inteligência humana capaz de evitá-lo.
No anúncio de um livro a sair brevemente e cujo título é o deste texto, fica claro que as soluções não são fáceis e exigem determinação: “Alguns dos maiores desafios em relação ao bem-estar humano são a desigualdade de rendimentos, a manutenção da pobreza global e da degradação ambiental.
Estes problemas têm solução, em teoria. Na prática, porém, são muito difíceis de resolver.
A maioria das soluções propostas não são aceites pela maioria das pessoas porque requerem sacrifícios que o futuro pode não justificar.
Este projecto oferece uma abordagem completamente diferente e explica como é possível reduzir o desemprego, a pobreza, as desigualdades e o ritmo das alterações climáticas e manter o crescimento económico – se o desejarmos”.
Mas seja qual for o autêntico “milagre” que possa, ainda, acontecer, um caminho longo e duro terá de ser percorrido antes de recomeçar uma nova vida, o que exige vontade de mudar e aceitar a “austeridade” que, sem qualquer dúvida, vai exigir.
Aliás, não imagino solução que, depois da situação a que chegámos, nos possa reencaminhar numa nova via de bem-estar sem sacrifícios duros.

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