Gosto
de testar as minhas ideias, o que penso das coisas e como avalio as
circunstâncias e fico contente quando encontro alguém ilustre que, melhor do
que eu, diz o que eu já tentara dizer, porém com menos jeito.
Quantas
vezes me insurgi já contra este modo de falar que, agora, tanta gente adopta e
torna a nossa língua num quase crioulo do inglês. E que sucesso alcancei?
Nenhum!
Continuam
uns “eruditos” em ciências ocultas a usar palavras estranhas em vez das
portuguesas que tão bem ou melhor até, traduziriam o que querem dizer.
Continuamos
a fazer o jeito de tentar entender os que jamais se dão ao trabalho de tentar
falar o português. Uma falta de personalidade deprimente.
Os
portugueses que vão para o Brasil depressa ganham o sotaque. Os brasileiros que
vêm para Portugal jamais o perdem!
Continuam
os incultos, os pseudo-cultos e até gente cujo modo de falar deveria ser um
ensinamento, a usar inglesices e francesices em vez de palavras em que a língua
portuguesa é muito rica.
Não
se trata de utilizar palavras novas, nascidas da evolução tecnológica e para as
quais o português não tem, ainda, alternativa, mas de simples atitudes pirosas
de quem se quer dar ares de evoluído poliglota que diz “targets” em vez de “alvos”
entre muitos outros termos cuja pronuncia certa mal conhecem, mas se tornaram o
cartão de visita dos que gostam de exibir a sua “(in)cultura” num português
macarrónico com o qual têm a esperança de se promover socialmente.
Como
se todas estas desgraças não bastassem, fez-se um acordo que, com excepção dos
idiotas do costume, ninguém cumpriu porque acordaram a tempo e viram o desastre
que é.
Escreveu
Guilerme Valente, licenciado em filosofia pela Universidade de Lisboa e
pós-graduado em relações interculturais pela Universidade Aberta que “A
negligência na língua e na escrita é princípio da decadência dum país”, no que lhe dou toda a razão e ainda mais
quando afirma que “A escrita não é uma arbitrariedade. Tem uma lógica, uma
história, uma função, valor e importância inestimáveis”.
Razão tinha Pessoa quando dizia que a sua língua era
a sua pátria!
Que diria Pessoa se, agora, cá voltasse?
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