ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

domingo, 22 de maio de 2016

AFINAL, QUE LÍNGUA FALAMOS NÓS?



Gosto de testar as minhas ideias, o que penso das coisas e como avalio as circunstâncias e fico contente quando encontro alguém ilustre que, melhor do que eu, diz o que eu já tentara dizer, porém com menos jeito.
Quantas vezes me insurgi já contra este modo de falar que, agora, tanta gente adopta e torna a nossa língua num quase crioulo do inglês. E que sucesso alcancei? Nenhum!
Continuam uns “eruditos” em ciências ocultas a usar palavras estranhas em vez das portuguesas que tão bem ou melhor até, traduziriam o que querem dizer.
Continuamos a fazer o jeito de tentar entender os que jamais se dão ao trabalho de tentar falar o português. Uma falta de personalidade deprimente.
Os portugueses que vão para o Brasil depressa ganham o sotaque. Os brasileiros que vêm para Portugal jamais o perdem!
Continuam os incultos, os pseudo-cultos e até gente cujo modo de falar deveria ser um ensinamento, a usar inglesices e francesices em vez de palavras em que a língua portuguesa é muito rica.
Não se trata de utilizar palavras novas, nascidas da evolução tecnológica e para as quais o português não tem, ainda, alternativa, mas de simples atitudes pirosas de quem se quer dar ares de evoluído poliglota que diz “targets” em vez de “alvos” entre muitos outros termos cuja pronuncia certa mal conhecem, mas se tornaram o cartão de visita dos que gostam de exibir a sua “(in)cultura” num português macarrónico com o qual têm a esperança de se promover socialmente.
Como se todas estas desgraças não bastassem, fez-se um acordo que, com excepção dos idiotas do costume, ninguém cumpriu porque acordaram a tempo e viram o desastre que é.
Escreveu Guilerme Valente, licenciado em filosofia pela Universidade de Lisboa e pós-graduado em relações interculturais pela Universidade Aberta que “A negligência na língua e na escrita é princípio da decadência dum país”, no que lhe dou toda a razão e ainda mais quando afirma que “A escrita não é uma arbitrariedade. Tem uma lógica, uma história, uma função, valor e importância inestimáveis”.
Razão tinha Pessoa quando dizia que a sua língua era a sua pátria!
Que diria Pessoa se, agora, cá voltasse?

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