ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 5 de maio de 2016

É URGENTE REAPRENDER A VIVER NO MUNDO REAL



O famoso Krugman, Prémio Nóbel da Economia, anda por aí!
Depois de, em 2008, o ouvir clamar bem alto para nos lembrarmos da crise de 1929, a grande depressão, creio que para dizer que as soluções para a crise actual deveriam ser as mesmas, Krugman continua a criticar a austeridade, a contenção e as suas propostas continuam a ser dar o passo maior do que a perna para que o crescimento económico seja retomado.
Mas há pouco para comparar entre as duas situações, a de um mundo bastante e em parte devastado pela guerra, cuja reconstrução fez da ajuda norte-americana o seu melhor negócio e um mundo generalizadamente devastado pelas consequências do remédio então utilizado, a sobreprodução que deu lugar ao famoso “american way of life” que durou enquanto houve quem comprasse o que se produzia, incentivado pelo generoso crédito concedido e pela “suavidade” dos pagamentos.
Este bom negócio de “ajudar os europeus” durou enquanto durou mas, como acontece com tudo, não pode durar para sempre.
E quando a Europa passou a não consumir a sobreprodução americana, os lucros diminuíram, fábricas fecharam, o desemprego aumentou, os preços afundaram e foi o que se sabe na bolsa de Nova Iorque!
Na crise actual também a sobreprodução teve o seu papel e os “booms” aconteceram onde se produzia mais do que o necessário, na construção ou fosse no que fosse cuja aquisição era, também, incentivada pelo crédito e condições de pagamento que levam ao consumo excessivo que o “crédito mal parado” um dia trava!
E foi fácil de ver como a economia apenas cresce enquanto houver quem compre o “desnecessário” que se produz, o que não é essencial e uma vida com dignidade pode (ou deve?) dispensar.
É, de novo, o incentivo ao consumo que se pretende restaurar, sobretudo em bens supérfluos que o apuramento tecnológico foi desenvolvendo e agora pouco mais do que mascara com novidades que não servem para nada, tirando partido do hábito criado de ter, sempre, o mais recente, o último modelo disto ou daquilo, mesmo que não seja melhor do que o anterior. Ter o último modelo de automóvel, de telemóvel, de iPhode, disto ou daquilo são o vício sem o qual o crescimento económico não existe! Gasta-se o dinheiro, consome-se o crédito no que é excessivo e poupa-se no essencial como na saúde, nas condições de vida, na qualidade da alimentação, na convivência social, no respeito pelo Ambiente e pela vida.
E são os hábitos mais caros os que mais rapidamente se recuperam quando, artificialmente, se cria um clima de maior confiança.
Mas a verdadeira questão está nos danos provocados pelos excessos que cometemos, no Ambiente degradado que de tal resulta, das práticas perigosas que são utilizadas e põem em causa a própria Humanidade.
É um velho hábito de excessos, de sobreconsumo que suporta a sobreprodução que suporta o crescimento económico que se pretende restaurar em vez de procurar um novo modo de viver que os recursos finitos do nosso mundo possam suportar.
Krugman desdiz-se no que diz quando afirma que Portugal ainda se não encontra bem, longe disso, mas que não está hoje tão mal como já esteve! 
E como ficou um pouco melhor Portugal ao longo dos últimos anos?
Com o esbanjamento que o levou a quase falir não terá sido! 
Será, então, esta a hora para nova farra?
Mas Obama e Krugman fazem as suas cruzadas pela Europa a favor da economia americana que estará com mais problemas do que qualquer outra...

 

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