ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 17 de maio de 2016

E COMO DIRIA LA PALISSE…



Na sua participação na Conferência sobre o futuro do Sector Bancário, o Presidente da República considerou que, a manter-se, o impacto da actual conjuntura externa nas exportações portuguesas, pode afectar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016 e, em consequência, obrigar à revisão das previsões económicas.
Será um recado que me soa ao tal “plano B” tão falado mas sempre desmentido ou o acordar para a realidade que a vivência das coisas provoca, depois dos sonhos que a imaginação viveu?
Seja o que for, não passa de uma afirmação digna de La Palisse no melhor da sua fama de pensador de evidências.
Só os distraídos não sabiam que a “conjuntura mundial”, aquela que faz a crise permanecer apesar dos enormes esforços para a esconder, não apenas se manteria como, pior do que isso, se agravaria e, assim, as “contas” optimistas de Centeno não passariam de um exercício de faz de conta que tudo vai correr pelo melhor, que a recuperação da economia europeia e mundial aconteceria e nos arrastaria consigo!
Mas tal não acontece e o fim do túnel ainda está tão longe que a luzinha que, de vez em quando, se diz estar já a vista, não passa de uma miragem.
Aliás, os conhecedores da realidade deste mundo finito em que vivemos alertam, há muito, que uma mudança drástica terá de acontecer para evitar o descalabro que nos ameaça.
Marcelo disse, ainda, que "a economia portuguesa está a proceder a uma reconversão particularmente atenta às exportações, mas que é uma reconversão necessariamente dependente dos mercados de destino". Mercados que têm os mesmos motivos para se adaptarem às novas condições que as podem fazer sair da crise que, tal como nós, também vivem. 
Então, estamos a preparar-nos para que?
Sabe Marcelo, com certeza, que qualquer transformação requer muito tempo para se fazer, que é um fenómeno excessivamente lento perante a rapidez das alterações ambientais que acontecem e vão obrigar a adaptações, por vezes dolorosas, do nosso modo de viver.

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