Na
sua participação na Conferência sobre o futuro do Sector Bancário, o Presidente
da República considerou que, a manter-se, o impacto da actual conjuntura
externa nas exportações portuguesas, pode afectar o crescimento do Produto
Interno Bruto (PIB) em 2016 e, em consequência, obrigar à revisão das previsões
económicas.
Será
um recado que me soa ao tal “plano B” tão falado mas sempre desmentido ou o
acordar para a realidade que a vivência das coisas provoca, depois dos sonhos
que a imaginação viveu?
Seja
o que for, não passa de uma afirmação digna de La Palisse no melhor da sua fama
de pensador de evidências.
Só
os distraídos não sabiam que a “conjuntura mundial”, aquela que faz a crise permanecer
apesar dos enormes esforços para a esconder, não apenas se manteria como, pior
do que isso, se agravaria e, assim, as “contas” optimistas de Centeno não
passariam de um exercício de faz de conta que tudo vai correr pelo melhor, que
a recuperação da economia europeia e mundial aconteceria e nos arrastaria
consigo!
Mas
tal não acontece e o fim do túnel ainda está tão longe que a luzinha que, de
vez em quando, se diz estar já a vista, não passa de uma miragem.
Aliás,
os conhecedores da realidade deste mundo finito em que vivemos alertam, há
muito, que uma mudança drástica terá de acontecer para evitar o descalabro que
nos ameaça.
Marcelo
disse, ainda, que "a economia portuguesa está a proceder a uma reconversão
particularmente atenta às exportações, mas que é uma reconversão
necessariamente dependente dos mercados de destino". Mercados que têm os
mesmos motivos para se adaptarem às novas condições que as podem fazer sair da
crise que, tal como nós, também vivem.
Então, estamos a preparar-nos para que?
Então, estamos a preparar-nos para que?
Sabe
Marcelo, com certeza, que qualquer transformação requer muito tempo para se fazer,
que é um fenómeno excessivamente lento perante a rapidez das alterações ambientais
que acontecem e vão obrigar a adaptações, por vezes dolorosas, do nosso modo de
viver.
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