Não
seria preciso ser sábio para concluir que teria de ser assim, que o crescimento
económico teria de abrandar até ritmos que a realidade natural possa sustentar,
em vez da insistência na aceleração que foi o motor de uma economia que, delapidadora
de recursos, nos trouxe até esta crise que apenas o bom senso pode superar.
Mas
nunca será, como sempre o disse, com o regresso ao passado consumista que
entrou em perda definitiva porque uma incontornável “lei de continuidade” que,
de um modo simples, nos recorda que “o que fica é igual ao que entra menos o que sai”, tornava há muito
evidente a existência de um limite que a ambição humana recusou admitir e a imaginação do
Homem julgou ser capaz de superar.
A consequência inevitável foi que o limite se atingiu depois de um curto tempo a esgotar as reservas que durante um longo tempo se acumularam.
A consequência inevitável foi que o limite se atingiu depois de um curto tempo a esgotar as reservas que durante um longo tempo se acumularam.
Percebe-se
melhor a realidade olhando mais atentamente o que se passa com as outras
espécies que não conseguem ultrapassar os seus limites próprios nem evitar a “catástrofe”
que, inevitavelmente, sucede aos seus períodos de crescimento eufórico. Catástrofe
que a “inteligência” do Homem pode controlar se, finalmente, prestar atenção
aos inúmeros alertas da Ciência sobre os erros grosseiros que comete na
exploração excessiva dos recursos que a Natureza coloca ao seu dispor.
Depois
da Assembleia anual do Congresso Nacional Popular da China, a economia mais
pujante do mundo nos últimos anos, reconhecer oficialmente o fim da aceleração económica cujo
ritmo desceu para um novo patamar bem inferior ao que era esperado e ao qual
chamou a “nova normalidade”, é agora
o FMI que, finalmente, reconhece a desaceleração que, de um modo optimista,
limita aos próximos cinco anos, embora reconhecendo que a “retoma” não conduzirá
aos níveis anteriores aos da crise, o que tem como consequência “novos desafios políticos”. Mas veremos
quantos serão os anos de controlo que a realidade vai impor…
Tal
é, nem mais nem menos, o que sempre me pareceu, desde que, há muitos anos, a
minha formação científica me permitiu reconhecer, como a muitos outros também, os
limites da realidade em que vivemos, deste planeta que é a nossa única casa, sem um
supermercado exterior onde possamos abastecer-nos nem uma lixeira distante para
onde possamos enviar o lixo que produzimos!
Esperaria,
agora, ver traduzida a oficialização destas evidências em atitudes políticas adequadas à
realidade finalmente reconhecida, em vez das promessas idiotas com que os
ambiciosos pelo poder iludem os eleitores distraídos.
E
temos nós eleições bem próximas.
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