ACORDO ORTOGRÁFICO

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quarta-feira, 8 de abril de 2015

A NOVA NORMALIDADE

Não seria preciso ser sábio para concluir que teria de ser assim, que o crescimento económico teria de abrandar até ritmos que a realidade natural possa sustentar, em vez da insistência na aceleração que foi o motor de uma economia que, delapidadora de recursos, nos trouxe até esta crise que apenas o bom senso pode superar.
Mas nunca será, como sempre o disse, com o regresso ao passado consumista que entrou em perda definitiva porque uma incontornável “lei de continuidade” que, de um modo simples, nos recorda que “o que fica é igual ao que entra menos o que sai”, tornava há muito evidente a existência de um limite que a ambição humana recusou admitir e a imaginação do Homem julgou ser capaz de superar.
A consequência inevitável foi que o limite se atingiu depois de um curto tempo a esgotar as reservas que durante um longo tempo se acumularam.
Percebe-se melhor a realidade olhando mais atentamente o que se passa com as outras espécies que não conseguem ultrapassar os seus limites próprios nem evitar a “catástrofe” que, inevitavelmente, sucede aos seus períodos de crescimento eufórico. Catástrofe que a “inteligência” do Homem pode controlar se, finalmente, prestar atenção aos inúmeros alertas da Ciência sobre os erros grosseiros que comete na exploração excessiva dos recursos que a Natureza coloca ao seu dispor.
Depois da Assembleia anual do Congresso Nacional Popular da China, a economia mais pujante do mundo nos últimos anos, reconhecer oficialmente o fim da aceleração económica cujo ritmo desceu para um novo patamar bem inferior ao que era esperado e ao qual chamou a “nova normalidade”, é agora o FMI que, finalmente, reconhece a desaceleração que, de um modo optimista, limita aos próximos cinco anos, embora reconhecendo que a “retoma” não conduzirá aos níveis anteriores aos da crise, o que tem como consequência “novos desafios políticos”. Mas veremos quantos serão os anos de controlo que a realidade vai impor…
Tal é, nem mais nem menos, o que sempre me pareceu, desde que, há muitos anos, a minha formação científica me permitiu reconhecer, como a muitos outros também, os limites da realidade em que vivemos, deste planeta que é a nossa única casa, sem um supermercado exterior onde possamos abastecer-nos nem uma lixeira distante para onde possamos enviar o lixo que produzimos!
Esperaria, agora, ver traduzida a oficialização destas evidências em atitudes políticas adequadas à realidade finalmente reconhecida, em vez das promessas idiotas com que os ambiciosos pelo poder iludem os eleitores distraídos.
E temos nós eleições bem próximas.

  

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