ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 21 de abril de 2015

A ECONOMIA DA MORTE


Aumenta o número dos que encontram a morte no caminho da salvação prometida pelos que lhes vendem, pelos últimos tostões que arrebanham, a quimera de uma vida melhor.
Há muito que me apercebera, pelos vestígios que então já se notavam, que este assalto à Europa pelos desesperados de África e do Médio Oriente acabaria por ser uma realidade desastrosa.
É um amontoado de crimes que origina tudo isto, desde os que são cometidos nos lugares de origem dos que fogem ao inferno, aos que cometem os que os amontoam nos barcos que, sem condições, têm num naufrágio, o seu fim quase garantido, mas foi um crime, também, a solução, politicamente hipócrita e interesseira, das “independências” que, pelo modo como aconteceram, em vez de paz trouxeram o desassossego a tantos territórios e a tanta gente que, de mal, passaram a bem pior. E não me parece que as coisas se encaminhem para melhor, tantos são os ódios que despoletaram, as incapacidades que revelaram.
No Mediterrâneo, são adultos, homens e mulheres, e muitas crianças os que assim se vão entregando a uma morte para fugir de outra que lhes batia à porta, também.
São tremendos os esforços que dia a dia se fazem para salvar o maior número possível dos que compraram aquela lotaria cuja taluda, conseguir chegar a um destino que julga seguro, não paga os danos terríveis que causa.
Deixou a Europa que este problema se criasse, se tornasse maior e se constituísse no drama que agora é. Afadiga-se a procurar soluções que evitem que a tragédia se agigante e a procurar como distribuir os seus males por uns e por outros, para que não seja a sobrecarregada Itália a suportá-los todos.
Mas isto não passa de uma panaceia ineficaz no tratamento de um problema que tem causas mais profundas num Continente e numa Região onde viver é cada vez mais um castigo! Curiosamente o Continente onde os primeiros Homens apareceram na Terra e a Região do mundo onde as primeiras civilizações se fundaram. Que estranho!
Todos são sábios quando apregoam os benefícios da prevenção, mas todos acabam preocupados em como resolver os problemas que não preveniram!
Os problemas não estão no Mediterrâneo. Estão no início dos caminhos que a ele vão dar. E todos sabem quais são!
Mas esses não se resolvem porque fazem parte daquele mal larvar que mantém viva a economia da morte.


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