Aumenta
o número dos que encontram a morte no caminho da salvação prometida pelos que
lhes vendem, pelos últimos tostões que arrebanham, a quimera de uma vida
melhor.
Há
muito que me apercebera, pelos vestígios que então já se notavam, que este
assalto à Europa pelos desesperados de África e do Médio Oriente acabaria por
ser uma realidade desastrosa.
É
um amontoado de crimes que origina tudo isto, desde os que são cometidos nos
lugares de origem dos que fogem ao inferno, aos que cometem os que os amontoam
nos barcos que, sem condições, têm num naufrágio, o seu fim quase garantido, mas
foi um crime, também, a solução, politicamente hipócrita e interesseira, das “independências” que, pelo modo como aconteceram, em vez de
paz trouxeram o desassossego a tantos territórios e a tanta gente que, de mal,
passaram a bem pior. E não me parece que as coisas se encaminhem para melhor, tantos são os ódios que despoletaram, as incapacidades que revelaram.
No Mediterrâneo, são
adultos, homens e mulheres, e muitas crianças os que assim se vão entregando a uma morte para fugir de outra que lhes batia à porta, também.
São
tremendos os esforços que dia a dia se fazem para salvar o maior número
possível dos que compraram aquela lotaria cuja taluda, conseguir chegar a um
destino que julga seguro, não paga os danos terríveis que causa.
Deixou
a Europa que este problema se criasse, se tornasse maior e se constituísse no
drama que agora é. Afadiga-se a procurar soluções que evitem que a tragédia
se agigante e a procurar como distribuir os seus males por uns e por outros, para que não seja a
sobrecarregada Itália a suportá-los todos.
Mas
isto não passa de uma panaceia ineficaz no tratamento de um problema que tem
causas mais profundas num Continente e numa Região onde viver é cada vez mais
um castigo! Curiosamente o Continente onde os primeiros Homens apareceram na Terra e a Região do mundo onde as primeiras civilizações se fundaram. Que estranho!
Todos
são sábios quando apregoam os benefícios da prevenção, mas todos acabam
preocupados em como resolver os problemas que não preveniram!
Os
problemas não estão no Mediterrâneo. Estão no início dos caminhos que a ele vão
dar. E todos sabem quais são!
Mas
esses não se resolvem porque fazem parte daquele mal larvar que mantém viva a
economia da morte.
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