Agora
que as campanhas eleitorais já atingiram uma fase de maior intensidade, nas
quais se não distingue muito bem quem é quem ou o que quer para além do poder
que deseja alcançar, preocupa-me não ver mais do que a disputa do costume, com
as estratégias a que já nos habituaram, embrulhando em palavreado oco a falta
de ideias que a ultrapassagem da situação complicada que vivemos exigiria dos
que se dizem dispostos a resolve-la.
Já
lá vão os tempos em que os nossos problemas eram os nossos problemas e os
outros tinham os seus. E cada um os resolvia como melhor entendesse ou fosse
capaz.
Os
tempos mudaram e já não é mais assim.
Não
é mais possível ignorar o caos em que o mundo vive e faz os problemas dos
outros reflectirem-se nos nossos, como a tal borboleta que bate as asas em
Pequim e causa um vendaval em Nova Iorque.
Hoje, é exactamente isso que acontece e como são cada vez mais as borboletas
que tentam esvoaçar, pode ser muito grande a tempestade que se aproxima. E
sabe-se lá por onde começará.
Cada
qual tem o seu parecer que, melhor dizendo, não passa do interesse que tem
nisto ou naquilo sobre que opina. E a questão será saber qual deles acabará por
se impor pelo pouco tempo que um outro necessita para lhe tirar o protagonismo
fugaz que os oportunismos sempre determinam.
Tornou-se
evidente que há milagres que não existem e que, quando o pano é pouco, o fato
sai justo demais, o que incomoda e tolhe os movimentos.
Parece
ser este o colete de forças com que nos debatemos quando insistimos nos
disparates que já sabemos que são, quando procuramos na hipocrisia as soluções
que o não são.
Se
há coisa com que concordo com os economistas é que “não almoço de graça” ou,
como diz o povo, “ninguém faz nada por nada”.
Parece
que estamos na era da queda dos ídolos endeusados e adorados mas que, afinal,
tinam os pés de barro. Aqueles cujos milagres não passaram de burradas.
Será
que lhes vão retirar as comendas, as medalhas e outros louvores, daqueles que
se distribuem em certas cerimónias ridículas? Não! Pode bem ser que vamos endeusar outros, pois há lições que nunca se aprendem.
E
por quanto tempo mais a comunicação social continuará e coar as verdades numa
atitude que retém as que não interessam?
Afinal
onde, na listagem que fez para anunciar a reforma de Costa, deu relevo à fonte
dos recursos que, supostamente, pagarão as ilusões? Às pensões de reforma,
naturalmente, que tanto mais serão cortadas quanto menor for a boa vontade dos outros!
E
o que farão certos indivíduos na fotografia do grupo dos iluminados? Talvez
treinem a pose de “estrelo” que os espera!
Sem comentários:
Enviar um comentário