ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

quarta-feira, 22 de abril de 2015

AFINAL, O QUE PARECE NEM SEMPRE É


Agora que as campanhas eleitorais já atingiram uma fase de maior intensidade, nas quais se não distingue muito bem quem é quem ou o que quer para além do poder que deseja alcançar, preocupa-me não ver mais do que a disputa do costume, com as estratégias a que já nos habituaram, embrulhando em palavreado oco a falta de ideias que a ultrapassagem da situação complicada que vivemos exigiria dos que se dizem dispostos a resolve-la.
Já lá vão os tempos em que os nossos problemas eram os nossos problemas e os outros tinham os seus. E cada um os resolvia como melhor entendesse ou fosse capaz.
Os tempos mudaram e já não é mais assim.
Não é mais possível ignorar o caos em que o mundo vive e faz os problemas dos outros reflectirem-se nos nossos, como a tal borboleta que bate as asas em Pequim e causa um vendaval em Nova Iorque. Hoje, é exactamente isso que acontece e como são cada vez mais as borboletas que tentam esvoaçar, pode ser muito grande a tempestade que se aproxima. E sabe-se lá por onde começará.
Cada qual tem o seu parecer que, melhor dizendo, não passa do interesse que tem nisto ou naquilo sobre que opina. E a questão será saber qual deles acabará por se impor pelo pouco tempo que um outro necessita para lhe tirar o protagonismo fugaz que os oportunismos sempre determinam.
Tornou-se evidente que há milagres que não existem e que, quando o pano é pouco, o fato sai justo demais, o que incomoda e tolhe os movimentos.
Parece ser este o colete de forças com que nos debatemos quando insistimos nos disparates que já sabemos que são, quando procuramos na hipocrisia as soluções que o não são.
Se há coisa com que concordo com os economistas é que “não almoço de graça” ou, como diz o povo, “ninguém faz nada por nada”.
Parece que estamos na era da queda dos ídolos endeusados e adorados mas que, afinal, tinam os pés de barro. Aqueles cujos milagres não passaram de burradas.
Será que lhes vão retirar as comendas, as medalhas e outros louvores, daqueles que se distribuem em certas cerimónias ridículas? Não! Pode bem ser que vamos endeusar outros, pois há lições que nunca se aprendem.
E por quanto tempo mais a comunicação social continuará e coar as verdades numa atitude que retém as que não interessam?
Afinal onde, na listagem que fez para anunciar a reforma de Costa, deu relevo à fonte dos recursos que, supostamente, pagarão as ilusões? Às pensões de reforma, naturalmente, que tanto mais serão cortadas quanto menor for a boa vontade dos outros!
E o que farão certos indivíduos na fotografia do grupo dos iluminados? Talvez treinem a pose de “estrelo” que os espera!


Sem comentários:

Enviar um comentário