Quando
até já há quem pense que Cristo deve voltar à Terra para meter na ordem os que
cada vez mais cometem barbaridades nunca antes vistas, em Portugal é António
Costa o redentor que trás consigo a verdade e as soluções de que os nossos
problemas carecem.
É,
agora, depois de alijar o mandato de Lisboa a menos de metade do tempo com que
se comprometeu, um “cristo” que se dedica à pregação a tempo inteiro,
arrastando consigo os discípulos que esperam, em redenção, com ele entrar no
reino tão desejado do poder.
Em
tempos, fazia de Costa um outro juízo que o vazio de ideias que agora tem
revelado completamente alterou.
Ouvi
um resumo de um discurso público que fez em Almada no qual, de um modo nada
recatado, perverte realidades, afirmações, circunstâncias e responsabilidades,
do modo que mais convém para descrédito dos actuais governantes.
Este
modo de fazer é, para além dos enganos que induz nas mentes descuidadas dos não
pensam e das distorções deliberadas que faz da realidade, a técnica de nivelar
por baixo, na qual dizer mal dos outros, rebaixando-os, faz parecer maior a
insignificante estatura que possui.
O
mal maior desta democracia que se não actualizou, que ignora a realidade e
continua a seguir o velho princípio de que “o que parece é” para que a “alternância”
aconteça sejam as razões quais forem, verdadeiras ou não, é a facilidade com
que se convencem os que, por natureza, estão predispostos a acreditar nas
balelas que lhes impingem e a crer que, mudando, as coisas ficam melhor. Ou os que esperam da mudança a sua oportunidade de ser alguém...
Revela
Costa uma total ignorância da nossa realidade ou da de todo o mundo cuja
situação nos afecta também se, pior do que isso, não revela um total desprezo
pelo futuro de um país que está a recompor-se de uma destruição que lhe causou
grandes dores, quando nada mais do que os vulgares lugares comuns do
voluntarismo constituem a razão de ser das mudanças que considera necessárias
sem, contudo, jamais dizer quais sejam. Ou melhor, para além da mudança de
governo de cuja mudança enfatiza a afirmação de ser a condição necessária para construir
um futuro melhor.
Não
consegue articular um discurso revelador de um projecto de futuro, limitando-se
à já estafada conversa de ser necessário mudar.
É
nesse sentido que todos os dias agora aparecem ridículos “factos” novos que são
a contribuição de alguns cérebros da Comunicação Social que, quais
investigadores da vírgula, andam a cheirar os traques que cada um possa ter
dado para, no fim, apurar qual cheirou pior.
Será
possível que num país que já teve grandes homens, a estatura dos políticos seja
agora tão rasteirinha?
Talvez
por isso apenas têm em mente alcançar o que é mais fácil, a mudança do governo,
porque de mudar a política que, de facto, é aquilo de que necessitamos, são
perfeitos incapazes.
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