Quando
olho para o que se passa no mundo da política, fica-me a sensação de que algo
se esgotou, de que um ciclo chegou, inevitavelmente, ao fim!
Tento
encontrar, no que acontece, razões para alguma reflexão que me leve a entender
o rumo que as coisas levam e, tal como neste mundo onde as alterações
climáticas nos mostram os seus efeitos dia após dia, não descubro uma tendência
clara do que se queira fazer de tudo isto, jamais se sabendo, como no tempo, se
o bom vem para ficar ou se é “sol de pouca dura”.
Faz-me
lembrar um camião que se atascou na lama da qual, por mais que os rodados rodem,
se não consegue livrar.
As
mudanças desejadas e até prometidas, sejam aqui, na Grécia ou onde for, não
passam de ameaças que, depressa, se vê não serem mais do que isso mesmo, quando
esbarram nos problemas que pretendem resolver sem mudar, afinal, seja o que
for!
De
facto, o discurso não passa do pregão de uma mudança que ninguém diz como ou
para que, porque não passa da ânsia de voltar ao que já foi para, depois,
voltar a ser o que agora é. Naturalmente!
Não
vejo, pois, por que chamar mudança ao que não passa de um ciclo vicioso, a estas desafinações que nos confundem.
Tudo
parece de pernas para o ar.
Quando
esperava ver ficar mais forte e esclarecida a batalha política que as próximas
eleições legislativas justificariam, são as eleições presidenciais que se
agitam.
Esta
batalha precocemente iniciada por candidatos insuspeitos que se intrometem numa
querela que já tinha contendores anunciados, parece prometer bem mais do que a
outra.
Não
imagino o que esperam Neto ou Nóvoa quando, de cabeça, se atiram para o lago
dos tubarões onde, sem dó nem piedade, correm o risco de ser abocanhados. Mas
talvez possa restar do seu acto qualquer coisa que, de novo, dê alguma vida a
este marasmo político em que caímos, porque da mudança apregoada decerto não
serão capazes.
Por
todo o lado, não conseguindo olhar para além do que a sua curta e ambiciosa visão
lhes consente, são os políticos incapazes de tomar conta de um mundo que parece
querer desintegrar-se, onde as premissas de um apocalipse qualquer parecem em
vias de se perfazer.
Estão
tão ocupados nas suas desesperadas tentativas para defender o pouco que sentem
que lhes resta que, parece-me, até já perderam o jeito de convencer os incautos
de que mudar as “moscas” é a solução.
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