ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

domingo, 5 de abril de 2015

MUDAR AS MOSCAS É SOLUÇÃO?

Quando olho para o que se passa no mundo da política, fica-me a sensação de que algo se esgotou, de que um ciclo chegou, inevitavelmente, ao fim!
Tento encontrar, no que acontece, razões para alguma reflexão que me leve a entender o rumo que as coisas levam e, tal como neste mundo onde as alterações climáticas nos mostram os seus efeitos dia após dia, não descubro uma tendência clara do que se queira fazer de tudo isto, jamais se sabendo, como no tempo, se o bom vem para ficar ou se é “sol de pouca dura”.
Faz-me lembrar um camião que se atascou na lama da qual, por mais que os rodados rodem, se não consegue livrar.
As mudanças desejadas e até prometidas, sejam aqui, na Grécia ou onde for, não passam de ameaças que, depressa, se vê não serem mais do que isso mesmo, quando esbarram nos problemas que pretendem resolver sem mudar, afinal, seja o que for!
De facto, o discurso não passa do pregão de uma mudança que ninguém diz como ou para que, porque não passa da ânsia de voltar ao que já foi para, depois, voltar a ser o que agora é. Naturalmente!
Não vejo, pois, por que chamar mudança ao que não passa de um ciclo vicioso, a estas desafinações que nos confundem.
Tudo parece de pernas para o ar.
Quando esperava ver ficar mais forte e esclarecida a batalha política que as próximas eleições legislativas justificariam, são as eleições presidenciais que se agitam.
Esta batalha precocemente iniciada por candidatos insuspeitos que se intrometem numa querela que já tinha contendores anunciados, parece prometer bem mais do que a outra.
Não imagino o que esperam Neto ou Nóvoa quando, de cabeça, se atiram para o lago dos tubarões onde, sem dó nem piedade, correm o risco de ser abocanhados. Mas talvez possa restar do seu acto qualquer coisa que, de novo, dê alguma vida a este marasmo político em que caímos, porque da mudança apregoada decerto não serão capazes.
Por todo o lado, não conseguindo olhar para além do que a sua curta e ambiciosa visão lhes consente, são os políticos incapazes de tomar conta de um mundo que parece querer desintegrar-se, onde as premissas de um apocalipse qualquer parecem em vias de se perfazer.
Estão tão ocupados nas suas desesperadas tentativas para defender o pouco que sentem que lhes resta que, parece-me, até já perderam o jeito de convencer os incautos de que mudar as “moscas” é a solução.


Sem comentários:

Enviar um comentário