ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 16 de abril de 2015

AS LUTAS, AS QUINTINHAS E AS ELEIÇÕES


Seja por isto ou por aquilo, mas sempre porque a situação a que chegámos não deixa margem para fantasias, acontecem os protestos, as manifestações ou as greves dos que se entendem prejudicados nos seus interesses ou pressionados com vista a um determinado fim.
Sobretudo as greves cuja regulamentação sempre me pareceu dada a propiciar excessos, tornaram-se uma manifestação egoísta da classe que a faz, se não um acto manipulado por aqueles que, por qualquer razão não laboral, as promovem.
Repare-se como são tão pouco frequentes as greves no sector privado, justamente aquele onde mais se justificariam pelo confronto entre o “capital” e o “trabalho” no qual são a “arma dos trabalhadores”. Parece que ali é mais fácil chegar a qualquer acordo como, por exemplo, o provou a Fábrica de Palmela onde os trabalhadores preferiram os acordos que eles próprios julgaram mais vantajosos para si do que os que seriam para o movimento sindical onde, tudo mo faz crer, existem interesses que se não coadunam muito bem com os dos trabalhadores.
Ao contrário, as greves multiplicam-se no sector público, seja no Metropolitano, na Carris, na TAP, na CP ou seja onde for que mais danos provoquem aos demais trabalhadores que perdem dias de trabalho ou têm de gastar mais dinheiro para poder trabalhar, para além dos prejuízos que causam às empresas públicas que, depois, os impostos sobre os trabalhadores terão de suprir!
Além disso são greves manhosas que multiplicam os seus efeitos pelo modo como são divididas em mini-greves, dos condutores, dos pica-bilhetes, dos assistentes de bordo, dos isto e aquilo que, só por si, causam os mesmo efeitos de uma greve total!
Ou aquelas greves parciais que vão das tantas às tantas para que os trabalhadores não percam o salário por inteiro mas por força das quais os utentes dos serviços podem perder todo o seu dia!
As greves assim feitas são egoístas e traem a solidariedade que os demais trabalhadores deveriam merecer.
Além do mais, as escolhas das datas para as greves são as que mais danos possam causar, nem sempre proporcionando dando oportunidade às negociações que, para as evitar, se imporiam.
Sobretudo o Natal, a festa da família por excelência, é o período ideal para as greves dos transportes. E assim fica prejudicada toda uma sociedade que nada tem a ver com os diferendos entre empregadores e empregados.
As greves, que deveriam ter um carácter apenas laboral, passaram a ter, todos o podem notar, um carácter intervencionista e político, por isso tendente a forçar acontecimentos ou a impedi-los, tal como parece ser a que se prepara na TAP cuja privatização parece criar muitos engulhos a tanta gente que ainda não esqueceu a comodidade de ser funcionário público.
E mais uma vez todos nós, aqueles a quem o Governo vai pedir o que precisa, pagaremos as fantasias de uns e de outros.
Assim se desqualifica um direito legítimo dos trabalhadores porque se pervertem os seus propósitos.


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