ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 23 de julho de 2015

A VERDADE QUE MAIS CONVÉM


Para quem, ao longo da sua vida, apenas com rigor de pensamento pudesse ser bem sucedido naquilo que realizasse e do reconhecimento dos insucessos que tivesse fizesse a base sólida que torna maior o seu saber, a política é uma confusão delirante. E quem diga do amor que “tem razões que a razão desconhece” não consegue imaginar as que a política tem para fazer o que faz, por que o faz e como o faz!
Na breve passagem que, a contragosto, tive de fazer pelos meandros da política, confesso o quão incapaz me senti até entender um pouco dos tortuosos caminhos que o pensamento político percorre para encontrar a explicação para aquilo de que não é, assim passando a ser a verdade até que melhor razão aconteça para que deixe de ser.
Não aprendi a ser político porque tal contrariava todo o meu modo de ser, não sendo aquelas as “verdades” que me habituei a procurar.
A política é isto, a arte de fazer crer que é aquilo que convém que seja!
Por isso Salazar disse um dia que “em política, o que parece, é!” A arte é fazer parecer.
E continua a ser assim.
Nas “verdades” que vão mudando ao sabor das intenções, das necessidades ou dos interesses, encontram os ineptos as razões que fazem suas porque outras suas não têm, escolhendo as que para si julgam melhores. É a “verdade” inversa…
São assim as eleições.
Penso que, desde há muito, ninguém descobre nada de novo em política nem mudou o quer que fosse, porque ela continua a ser, apenas, a verdade que mais convém.



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