Para quem, ao longo da sua vida, apenas com
rigor de pensamento pudesse ser bem sucedido naquilo que realizasse e do
reconhecimento dos insucessos que tivesse fizesse a base sólida que torna maior
o seu saber, a política é uma confusão delirante. E quem diga do amor que “tem
razões que a razão desconhece” não consegue imaginar as que a política tem para
fazer o que faz, por que o faz e como o faz!
Na breve passagem que, a contragosto, tive
de fazer pelos meandros da política, confesso o quão incapaz me senti até
entender um pouco dos tortuosos caminhos que o pensamento político percorre para
encontrar a explicação para aquilo de que não é, assim passando a ser a verdade
até que melhor razão aconteça para que deixe de ser.
Não aprendi a ser político porque tal contrariava
todo o meu modo de ser, não sendo aquelas as “verdades” que me habituei a
procurar.
A política é isto, a arte de fazer crer que
é aquilo que convém que seja!
Por isso Salazar disse um dia que “em
política, o que parece, é!” A arte é fazer parecer.
E continua a ser assim.
Nas “verdades” que vão mudando ao sabor das
intenções, das necessidades ou dos interesses, encontram os ineptos as razões
que fazem suas porque outras suas não têm, escolhendo as que para si julgam
melhores. É a “verdade” inversa…
São assim as eleições.
Penso que, desde há muito, ninguém descobre
nada de novo em política nem mudou o quer que fosse, porque ela continua a ser, apenas, a
verdade que mais convém.
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