ACORDO ORTOGRÁFICO

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quarta-feira, 22 de julho de 2015

QUEM SE METE POR ATALHOS…


Quando se trata de escolher pessoas, há que saber escolher entre quem faça melhor ou pareça saber melhor como o fazer, entre quem mostra trabalho feito que é mister avaliar sem preconceitos e os que dele apenas dizem mal para o desqualificar e, desse modo, fazerem parecer melhor o que dizem ir fazer.
Teremos de escolher a referência com que avaliamos os méritos de cada um, se a dos que se afirmam pelo que fazem se a dos que fazem dos deméritos que apontam aos outros, os méritos que, de outro modo, jamais teriam.
E aproxima-se um momento em que teremos de fazer uma escolha assim. Será nas eleições legislativas do próximo Outono quando tivermos de escolher os que nos irão governar por mais quatro anos, pelo confronto entre o que uns fizeram e o que outros dizem que vão fazer. Porventura sem dizer como!
Estará nas nossas mãos continuar o caminho que estamos a percorrer ou alterá-lo, na presunção de que, assim, ao destino que desejamos chegaremos mais depressa.
A experiência que podemos ter de muitas das escolhas que antes fizemos não é, com certeza, penhor de muito boa consciência na contribuição que demos para este desígnio maior que é viver melhor e com mais tranquilidade.
Decerto porque não entendemos bem a situação ou porque nos deixámos levar por promessas que, depois e pelos resultados que alcançaram, nos obrigaram a escolher diferente pensando que escolheríamos melhor, alterámos a escolha na vez seguinte!
E mais uma vez corremos o risco de, por uma má análise que fizermos da situação em que nos encontramos, escolher mal o rumo que, em vez de nos levar ao céu, nos pode levar, de novo, às portas do inferno onde já estivemos.
E de escolha em escolha vamos perdendo o tempo que cada vez mais escasseia porque são cada vez mais graves as consequências dos erros que praticamos, sem que vejamos cumpridas as intenções de fazer de Portugal um melhor país para viver.
Esquecemo-nos das realidades vividas, das experiências que tivemos, algumas bem dolorosas, por conta de um vanguardismo irrealista que nos faz crer ser sovinice ou até roubo a sobriedade com que as condições de vida, cada vez mais degradadas, nos obrigam a viver.

No fervor do clima que sempre é próprio de momentos eleitorais, pela ansiedade que as dificuldades que vivemos nos despertam e o encantamento das promessas que são feitas mais aguçam, esquecemos o bom senso e vamos atrás da ilusão sem nos recordarmos do que a experiência já nos ensinou e nos deveria lembrar de que “quem se mete por atalhos, mete-se em trabalhos”. 


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