ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 16 de julho de 2015

UMA ESTRANHA ALQUIMIA


Ainda me recordo daquela telenovela brasileira em cujo final o sonhador Atílio entrou no seu sono eterno a remexer a bosta de vaca que acumulou na velha banheira, na esperança de que, um dia, se transformasse em ouro reluzente.
É o que me parece esta novela grega em que uma alquimia estranha depressa transformou um “não” em “sim”, baralhando as contas de eleições das quais, ao contrário do que todos críamos e para lá da enorme confusão que lançou a Grécia num profundo caos, nenhuma mudança real resultou, pois foram os que as eleições derrotaram que decidiram o futuro, do modo como os vencedores rejeitavam que viesse a ser! A continuação da austeridade a que a falta de inteligência obriga.
É confuso, decerto. É, mesmo, uma enorme trapalhada como muitas que estão para acontecer num mundo que teima em não compreender o seu destino.
Foram cinco meses de espectáculos deprimentes, com ministros, primeiros-ministros e presidentes preocupados em resolver o que, nem sequer, são os maiores problemas que o mundo enfrenta, a procurar soluções que não existem, para problemas que não têm solução.
Entretanto continua o monopólio gigante que os meninos da Wall Street, da City e de outras bolsas não se cansam de jogar, como se ali se decidisse o futuro do mundo.
Quando será que acordamos e aprendemos que nunca seremos capazes de transformar em ouro a bosta de vaca?
Os tempos são outros, tal como as soluções devem ser.


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