Não sou analista político nem possuo dons
divinatórios e, por isso, nem faço ideia do que poderá resultar desta confusão
em que a questão grega se tornou.
Apenas, uma vez mais, verifico que as
coisas são mais olhadas com paixão do que com razão e, por isso, não espero
qualquer boa saída, seja qual for a solução que venha a ter.
Em vez das verdadeiras, são outras as
razões pelas quais será uma ou outra a saída a dar a esta crise que conseguiu
quase fazer esquecer a crise autêntica e muito grave que vivemos e põe o futuro
de todos nós em grave risco.
Continuamos a insistir em soluções de
efeitos que satisfaçam as preocupações do presente, ignorando as consequências
que possam ter no futuro.
Dentre as várias questões que este modelo
de economia consumista coloca, é oportuno destacar três aspectos que são
particularmente importantes pelos seus efeitos desastrosos a prazo que não será longo, o uso
excessivo de plásticos que já provoca problemas ambientais e de saúde gravíssimos, a
rápida extinção de espécies a que se assiste e o aquecimento global que já
dificilmente poderá ser controlado de modo evitar que sejam excedidos os valores
que perturbarão profundamente o modo de viver.
É a mensagem que cerca de dois mil
cientistas reunidos em Paris pretendem transmitir aos políticos que, como é seu
hábito, preferem acreditar mais na capacidade do Homem para ultrapassar os
problemas que cria do que para os evitar.
Foram assumidos compromissos para limitar o
aquecimento global a dois graus centígrados acima dos níveis da era pré-industrial,
mas a investigação científica mostra que a Terra está a atingir o dobro ou mais
ainda, em consequência das emissões intensas de gases com efeito estufa. Por isso, o Secretário Geral das Nações Unidas afirma que se encontra o mundo numa encruzilhada.
Mas eu creio que os problemas que a própria Humanidade cria a si própria ultrapassaram já a sua capacidade para os resolver, porventura atingindo o ponto sem retorno que os cientistas receiam que aconteça.
É pena porque a Natureza não brinca e
acaba, sempre, por impor as suas leis.
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