ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 2 de julho de 2015

O REFERENDO


Na Grécia ou em qualquer outro lugar, o rigor da resposta a qualquer pergunta depende da clareza desta. Como responder se não se souber exactamente a quê?
É o drama das eleições e, muito particularmente, dos referendos que alguém faça com uma intenção determinada.
É difícil que uma pergunta num referendo possa conter toda a informação de que a resposta necessita. E a campanha que o antecede não é mais credível do que a de qualquer acto eleitoral onde os chavões e as razões capciosas valem mais do que a verdade.
Já aconteceu assim entre nós e vai acontecer no referendo do próximo Domingo na Grécia onde os cidadãos são constantemente confundidos com informação contraditória e não têm fácil acesso ao esclarecimento de que necessitariam para responder em consciência.
Não deveria um político fazer como faz Tsipras que tem um discurso interno diferente do que tem com as “instituições” como ele chama à Troika.
Não é com habilidades semânticas que os problemas se resolvem e muito menos aqueles que têm a ver com a vida das pessoas a quem o discurso mais recente do líder grego enganou.
Será mesmo que o OXI (não) que Tsipras e Varoufakis recomendam como resposta no referendo dará mesmo mais força ao governo grego para negociar com o Eurogrupo? Duvido mesmo.
Será que afirmar que são os pequenos países que mais dificuldades têm criado nas negociações com a Grécia, como o fez o ministro das finanças do falhado governo francês, influenciará alguma coisa o resultado que vai acontecer? Eu creio que apenas tenta livrar as costas da França, como grande país que é, das responsabilidades que tem.
Será que o entendimento negativo que tanta gente expressa de ser o comportamento do governo português nas negociações corresponde à realidade? Não me parece e só me dá conta da desinformação causada pelos que esperam, aqui, tirar algum partido da infelicidade grega.
É uma situação complicada a que se vive, tão complexa que não se presta a uma resposta tão simples como aquelas que se fazem nesses programas desinformativos na rádio ou na televisão.
Duvido que venha a ser a melhor a solução de tudo isto. Mas gostaria que, pelo menos, fosse uma lição que abrisse os olhos para um futuro que, a continuar assim, não será muito feliz.


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