Na Grécia ou em qualquer outro lugar, o
rigor da resposta a qualquer pergunta depende da clareza desta. Como responder
se não se souber exactamente a quê?
É o drama das eleições e, muito
particularmente, dos referendos que alguém faça com uma intenção determinada.
É difícil que uma pergunta num referendo
possa conter toda a informação de que a resposta necessita. E a campanha que o
antecede não é mais credível do que a de qualquer acto eleitoral onde os
chavões e as razões capciosas valem mais do que a verdade.
Já aconteceu assim entre nós e vai
acontecer no referendo do próximo Domingo na Grécia onde os cidadãos são
constantemente confundidos com informação contraditória e não têm fácil acesso
ao esclarecimento de que necessitariam para responder em consciência.
Não deveria um político fazer como faz
Tsipras que tem um discurso interno diferente do que tem com as “instituições”
como ele chama à Troika.
Não é com habilidades semânticas que os
problemas se resolvem e muito menos aqueles que têm a ver com a vida das
pessoas a quem o discurso mais recente do líder grego enganou.
Será mesmo que o OXI (não) que Tsipras e
Varoufakis recomendam como resposta no referendo dará mesmo mais força ao
governo grego para negociar com o Eurogrupo? Duvido mesmo.
Será que afirmar que são os pequenos países
que mais dificuldades têm criado nas negociações com a Grécia, como o fez o
ministro das finanças do falhado governo francês, influenciará alguma coisa o
resultado que vai acontecer? Eu creio que apenas tenta livrar as costas da
França, como grande país que é, das responsabilidades que tem.
Será que o entendimento negativo que tanta gente
expressa de ser o comportamento do governo português nas negociações
corresponde à realidade? Não me parece e só me dá conta da desinformação causada
pelos que esperam, aqui, tirar algum partido da infelicidade grega.
É uma situação complicada a que se vive,
tão complexa que não se presta a uma resposta tão simples como aquelas que se
fazem nesses programas desinformativos na rádio ou na televisão.
Duvido que venha a ser a melhor a solução de tudo
isto. Mas gostaria que, pelo menos, fosse uma lição que abrisse os olhos para
um futuro que, a continuar assim, não será muito feliz.
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