ACORDO ORTOGRÁFICO

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sábado, 18 de julho de 2015

SAUDADES DAS CONVERSAS DE CAFÉ


Por que será que nas tertúlias, entrevistas, painéis de críticos ou de “especialistas” e outras manifestações de “inteligência e saber” que a comunicação social profusamente difunde e de pouco mais do que do óbvio fazem motivo de reflexão, jamais oiço falar das questões verdadeiramente importantes para a Humanidade, das quais depende o futuro de cada um de nós, do mundo em que vivemos e até, provavelmente, a sobrevivência da espécie que somos?
Não conseguirão as inteligências que nos “comandam” enxergar para além do tempo em que os seus interesses pessoais se esgotam nem os críticos capazes de mais do que uma reprodução grosseira das saudosas conversas de café?
Decerto seriam capazes se o desejassem ou, para eles, o bem comum fosse mais importante do que os interesses pessoais ou, mesmo até, do que a vaidade de exibir, perante uma numerosa assembleia, a tacanhez das suas preocupações.  
No lugar dos amigos com quem antes discutíamos os problemas do dia a dia, pessoais, do país ou do mundo, está agora um estúpido ecrã de onde os “sábios” debitam as sentenças às quais não podemos manifestar apoio ou contrapor desacordo, numa condição de resignada subalternidade que a uns deixa irritados e a outros convencidos de serem aquelas as verdades acabadas sobre as quais não terão mais de reflectir. “Verdades” que tantas vezes são as únicas e inquestionáveis razões de tantos que gostam de se ouvir naqueles programas de antena aberta em que fazem as suas críticas ao mal que tudo está, sem entenderem que, muitas vezes, falam do que não sabem, criticam o que não conhecem e mais não fazem do que revelar os preconceitos que os “sábios” em quem acreditam lhes sugerem.


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