Por que será que nas tertúlias,
entrevistas, painéis de críticos ou de “especialistas” e outras manifestações
de “inteligência e saber” que a comunicação social profusamente difunde e de
pouco mais do que do óbvio fazem motivo de reflexão, jamais oiço falar das questões
verdadeiramente importantes para a Humanidade, das quais depende o futuro de
cada um de nós, do mundo em que vivemos e até, provavelmente, a sobrevivência da
espécie que somos?
Não conseguirão as inteligências que nos “comandam” enxergar para além do tempo em que os seus interesses pessoais se
esgotam nem os críticos capazes de mais do que uma reprodução grosseira das saudosas
conversas de café?
Decerto seriam capazes se o desejassem ou,
para eles, o bem comum fosse mais importante do que os interesses pessoais ou, mesmo
até, do que a vaidade de exibir, perante uma numerosa assembleia, a tacanhez
das suas preocupações.
No lugar dos amigos com quem antes discutíamos
os problemas do dia a dia, pessoais, do país ou do mundo, está agora um
estúpido ecrã de onde os “sábios” debitam as sentenças às quais não podemos
manifestar apoio ou contrapor desacordo, numa condição de resignada
subalternidade que a uns deixa irritados e a outros convencidos de serem
aquelas as verdades acabadas sobre as quais não terão mais de reflectir.
“Verdades” que tantas vezes são as únicas e inquestionáveis razões de tantos
que gostam de se ouvir naqueles programas de antena aberta em que fazem as suas
críticas ao mal que tudo está, sem entenderem que, muitas vezes, falam do que
não sabem, criticam o que não conhecem e mais não fazem do que revelar os
preconceitos que os “sábios” em quem acreditam lhes sugerem.
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