Tendo
em vista a 22ª Reunião anual do clima
que vai ter lugar em Marraquexe a partir da próxima Segunda-Feira e tem por
objectivo definir disposições importantes para que seja aplicado o recente
“Acordo de Paris”, a ONU alerta para a necessidade de atitudes urgentes e radicais que evitem uma “tragédia Humana”.
Depois
de muitos anos de descuidos, de contradições intencionais e, até, de argumentos
supostamente científicos de que a acumulação dos gases com efeitos de estufa na
atmosfera era tão insignificante que não poderia ser a causa de quaisquer
efeitos de elevação significativa da temperatura, são cada vez maiores as
evidências de que a actividade económica humana tem consequências que podem por
em risco a própria Humanidade.
É
o tão desejado “crescimento económico”, com base no qual todos os orçamentos se
fazem, que não é apenas causa das alterações climáticas que põem em causa a espécie
humana porque também afecta o Ambiente de modo a torna-lo cada vez menos
adequado às suas necessidades de vida.
No
seu mais recente relatório o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(PNUMA), revela-se alarmado com o aumento continuado das emissões de Gases com
Efeito de Estufa (GEE), que, apesar de todas as decisões já tomadas, sempre são
contrariadas por interesses económicos muito fortes e não creio que até as
já mais do que evidentes possibilidades de uma tragédia humana consigam
dominar.
Diz
o relatório que os esforços feitos se revelam insuficientes para que seja
alcançado o objectivo de um aumento não superior a 2ºC em relação aos valores
médios da temperatura na era pré-industrial.
Ao
ritmo dos acréscimos da temperatura média global que se registam, o mundo
caminha para valores bem superiores no final deste século, superiores a 3ºC, a
que corresponderão impactes difíceis de suportar.
Efeitos
graves se verificam já no acréscimo acelerado da desertificação de vastas
áreas, o que tem e terá por consequência deslocações maciças de povos que, para além das guerras que os obrigam a fugir,
procurarão a sobrevivência em outros locais.
O
PNUMA realça o papel das cidades, das empresas, da agricultura, dos transportes
e de cada um de nós no movimento determinante de uma mudança radical no modo de
viver para que a tragédia temida não aconteça.
Porém,
não vejo nas atitudes nem no discurso dos políticos, por uma vez que seja e fora
das “cimeiras” onde todos são hipócritas, qualquer motivo para ter esperança
de que mude um trajecto que se encontra cada vez mais próximo do ponto de não
retorno se, porventura, o não alcançou já!
Como
exemplo cito o caso do OE português em que tudo apela ao crescimento económico como
única saída para o buraco em que nos encontramos.
Não
haverá aqui alguma contradição?
Na
perspectiva do egoísmo humano não há, porque enquanto os mais ricos não estão
dispostos a perder a hegemonia que esta situação lhes dá, os que pretendem
enriquecer não estão dispostos a abdicar do seu direito de serem ricos também!
Sem comentários:
Enviar um comentário