A série de sismos intensos que têm acontecido no centro de Itália, o
último dos quais esta madrugada, leva a extrapolações para além das simples
notícias como uma que acabo de ler de que poderá haver um sismo assim em
Lisboa, semelhante ao que a destruiu em 1755, quando ocorreu um maremoto tabém,
e costuma acontecer com a periodicidade de 200 anos!
Há
quem atribua ao maremoto (tsunami) as maiores destruições então verificadas.
Os
especialistas não devem dizer banalidades. Existe a tal falha de subdcção entre
o Algarve e o Norte de África que vai acumulando tensões que, periodicanente,
se libertam.
Talvez
se tenham libertado no sismo de Agadir (1960), ou de Benavente (1909), ambos muito destruidores
e dentro do tal ciclo de cerca de 200 anos de que se fala, ainda que estabelecido
sem base, numa estatística que não existe.
E
os maremotos não acompanham sempre os simos. Porque acontecem os maremotos é outra questão..
Além
disso, os efeitos não terão de sentir-se, necessariamente, em Lisboa, ainda que
seja uma verdade Lapalisseana afirmar que o terramoto de Lisboa pode
repetir-se. Ou já se repetiu em 1969?: “Eram 03:41 quando o
sismo de magnitude 8 na escala de Richter, com epicentro no mar, a sudoeste do
cabo de S. Vicente, na planície da Ferradura, se fez sentir em Portugal,
Espanha e Marrocos.
Os maiores danos foram registados na
Costa Vicentina e no Algarve, onde uma aldeia praticamente desapareceu, mas
também causou estragos em Lisboa, nomeadamente queda de chaminés e paredes,
falhas de energia e de comunicações.
Há ainda a registar no país,
oficialmente, 11 mortos e dezenas de feridos, 58 dos quais em Lisboa”.
Eu
morava, então num 10º andar onde a amplitude das oscilações foi enorme,
ouvindo-se alguns ruídos verdadeiramente assustadores que pareciam vir do centro da terra.
Não
vale, pois, a pena invocar ciclo algum. Bastará dizer que, em virtude de
diversos factores, na Região de Lisboa podem ocorrer sismos violentos. E têm
ocorrido. Ninguém pode predizer quando e, muito menos, estabelecer uma
periodicidade.
Outros
afirmam que um sismo como o ocorrido hoje em Itália destruiria quase toda a
Lisboa!
Ou
serão os jornalistas que majoram e tornam sensionalista o que os
vulcanologistas digam com naturalidade. Sei lá.
Lisboa
teve o primeiro regulamento anti-sísmico do mundo depois de 1755 e o que agora
está em vigor data de 1958. Trabalhava eu no LNEC quando tal regulamento, ali
estudado, foi estabelecido.
É
certo que, de início terá sido aplicado de um modo tosco por muitos
estruturalistas. O que já não acontece agora, felizmente.
Mas
existe uma cidade antiga mais vulnerável e outra que o não será tanto porque
as famosas “ gaiolas” poderão funcionar bem!
São
as autoridade competentes que devem tratar destas assuntos e preparar a
população para as eventualidades que possam ocorrer, sabe-se lá quando!
Agora,
andarem a sobressaltar os lisboetas com verdades de La Palisse é que me não
parece bem!
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