ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 1 de novembro de 2016

LISBOA E OS SISMOS



A série de sismos intensos que têm acontecido no centro de Itália, o último dos quais esta madrugada, leva a extrapolações para além das simples notícias como uma que acabo de ler de que poderá haver um sismo assim em Lisboa, semelhante ao que a destruiu em 1755, quando ocorreu um maremoto tabém, e costuma acontecer com a periodicidade de 200 anos!
Há quem atribua ao maremoto (tsunami) as maiores destruições então verificadas.
Os especialistas não devem dizer banalidades. Existe a tal falha de subdcção entre o Algarve e o Norte de África que vai acumulando tensões que, periodicanente, se libertam.
Talvez se tenham libertado no sismo de Agadir (1960), ou de Benavente (1909), ambos muito destruidores e dentro do tal ciclo de cerca de 200 anos de que se fala, ainda que estabelecido sem base, numa estatística que não existe.
E os maremotos não acompanham sempre os simos. Porque acontecem os maremotos é outra questão..
Além disso, os efeitos não terão de sentir-se, necessariamente, em Lisboa, ainda que seja uma verdade Lapalisseana afirmar que o terramoto de Lisboa pode repetir-se. Ou já se repetiu em 1969?: “Eram 03:41 quando o sismo de magnitude 8 na escala de Richter, com epicentro no mar, a sudoeste do cabo de S. Vicente, na planície da Ferradura, se fez sentir em Portugal, Espanha e Marrocos.
Os maiores danos foram registados na Costa Vicentina e no Algarve, onde uma aldeia praticamente desapareceu, mas também causou estragos em Lisboa, nomeadamente queda de chaminés e paredes, falhas de energia e de comunicações.
Há ainda a registar no país, oficialmente, 11 mortos e dezenas de feridos, 58 dos quais em Lisboa”.
Eu morava, então num 10º andar onde a amplitude das oscilações foi enorme, ouvindo-se alguns ruídos verdadeiramente assustadores que pareciam vir do centro da terra.
Não vale, pois, a pena invocar ciclo algum. Bastará dizer que, em virtude de diversos factores, na Região de Lisboa podem ocorrer sismos violentos. E têm ocorrido. Ninguém pode predizer quando e, muito menos, estabelecer uma periodicidade.
Outros afirmam que um sismo como o ocorrido hoje em Itália destruiria quase toda a Lisboa!
Ou serão os jornalistas que majoram e tornam sensionalista o que os vulcanologistas digam com naturalidade. Sei lá.
Lisboa teve o primeiro regulamento anti-sísmico do mundo depois de 1755 e o que agora está em vigor data de 1958. Trabalhava eu no LNEC quando tal regulamento, ali estudado, foi estabelecido.
É certo que, de início terá sido aplicado de um modo tosco por muitos estruturalistas. O que já não acontece agora, felizmente.
Mas existe uma cidade antiga mais vulnerável e outra que o não será tanto porque as famosas “ gaiolas” poderão funcionar bem!
São as autoridade competentes que devem tratar destas assuntos e preparar a população para as eventualidades que possam ocorrer, sabe-se lá quando!
Agora, andarem a sobressaltar os lisboetas com verdades de La Palisse é que me não parece bem!

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