Hoje
o motivo de conversa é, sem dúvida, a morte de Fidel de Castro!
Ainda
vivi o tempo em que Fulgêncio Baptista era o homem do poder em Cuba que, pelo
que me apercebia, era o regabofe dos milionários americanos, o que não era, de todo, benéfico para o povo cubano.
Não
era, decerto um tipo de vida e de regime louváveis e aos quais se pudesse
augurar um futuro longo e feliz.
Vivi
o tempo da revolução quando, a partir da Sierra Maestra, Fidel e os seus amigos,
entre os quais Che Guevara, o verdadeiro revolucionário, partem para o derrube do regime, não compreendendo eu
muito bem a atitude dos EUA que, se o desejassem, poriam um fim rápido ao
devaneio de umas poucas dezenas de revolucionários que invadiu Cuba com um iate
transformado em barco de assalto. Algo me deu a ideia de um concluio que,
posteriormente, alguém quebrou.
Depois
assisti à consolidação do regime, à dureza dos métodos utilizados e, tantas
vezes, à brutalidade com que Fidel eliminou os seus opositores, à revolta e à fuga de muitos cubanos,
bem como à inevitável submissão de outros que ficaram e passaram a levar a vida dura que,
ainda hoje, é evidente a quem visita Cuba e se passeia pelas ruas de Havana.
Fidel juntou-se à União Soviética que quis fazer de Cuba a sua ponta avançada no confronto com os EUA e, para isso, ali pretendeu instalar mísseis nucleares do que resultou uma grave crise da qual poderia ter resultado uma guerra de dimensões inimagináveis, em cujo desenvolvimento Fidel não interveio, deixando que o confronto se dirimisse, apenas, entre Kennedy e Khrushvev, o que deixa evidente a que era, então, sua pequena influência no regime cubano.
Cuba não se tornou numa base avançada da URSS, tornou-se numa ilha isolada e carente, bloquedada pelos EUA, onde Fidel instalou uma ditadura sui generis, com
procedimentos sociais que as ditaduras vulgares não valorizam e até poderia
corresponder, de algum modo, a alguns dos princípios a que a vida no mundo terá
de habituar-se em consequência do “embargo” que a Natureza já começa já a
fazer-lhe.
Em
todo o caso, não me parece que seja certo o caminho seguido por Fidel, pois a
austeridade do novo modo de viver jamais poderá ser o baixo nível de vida de
Cuba, mas aquele que os nossos já avançados conhecimentos nos podem
proporcionar sem exceder as potencialidades naturais e sem conspurcar mais o
mundo onde vivemos.
Fidel
de Castro jamais me pareceu o homem capaz de mudar o mundo que, com ele, não
passaria da monotonia dos seus longos discursos em que o tema jamais passou do
mesmo, ainda que com inúmeras variações.
Em
suma, jamais fui um admirador de Fidel.
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