ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 4 de novembro de 2016

O ORÇAMENTO DA ESPERANÇA



Será hoje aprovado na generalidade o Orçamento de Estado para 2017, aquele em que quero depositar toda a minha esperança, ou não seja, como diz o povo, esta a última a morrer.
Assim me agarro, com unhas e dentes, à minha ignorância nestas coisas de orçamentos de Estado, pois apenas nela pode estar a minha incapacidade de entender o mistério de poder gastar mais com o menos que se produz.
Uma coisa, porém, eu entendi, é que o nosso défice vai ficar controlado e será muito baixinho, apesar da dívida continuar a crescer até valores que só com muito trabalho e alguma austeridade poderemos suportar. Mas trabalho vejo muito pouco e quanto à austeridade, querem acabar com ela.
Mas devo ter-me distraído em algum momento em que se tornou regra pagar o défice e não a dívida e até daquele em que para produzir menos se emprega mais gente, mesmo quando a nossa productividade é das mais baixas, já que o desemprego baixa muito mais do que a economia cresce, se é que cresce!
Mas não sei onde se empregou tanta gente quando os médicos, os enfermeiros, os polícias, os auxiliares de educação e sei lá quem mais, continuadamente atribuem o mau estado dos nossos serviços à falta de recursos humanos que, dizem, são cada vez menos!
Assim como não percebo que continue a haver desempregados quando há tantas ofertas de emprego que ninguém aceita.
Não entendo que haja subsídios seja para o que for sem que lhes corresponda uma retribuição qualquer em trabalhos de que a comunidade tem necessidade.
Enfim, eu pensei que este orçamento seria aquele que nunca vi, com ideia novas que equilibrassem o país com seu orçamento e não os “quadros” do orçamento uns com os outros.
É verdade que nunca ninguém pergunta ao ilusionista de onde vem o coelho que tira da cartola vazia ou a pomba que, saída do nada, aparece na sua mão. Venham de onde vierem aparecem e pronto!
Então, por que haverei eu de perguntar a Centeno de onde virão os meios que nos farão ter mais dinheiro no bolso e faz a economia crescer, mesmo que sinta, no final do mês, os bolsos mais vazios?
Esta é a arte do ilusionismo.
Não me parece que seja assim que se acaba com a austeridade, dando mais dinheiro a alguns para comprarem o que, pelos impostos indirectos que se inventam, fica mais caro.
Cada qual terá o seu modo de fazer as coisas, mas que a austeridade continua, continua!
É uma questão de deixar assentar a poeira.
Mas com esperança eu continuo, não quero deixar que morra.

 

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