ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 10 de novembro de 2016

TRUMP E O AMBIENTE



Apesar de tudo o que foi dito ao longo da campanha eleitoral, o que será a Administração Trump é, ainda, um mistério que só o tempo desvendará.
Mesmo tornando-se no que dizem ser o homem mais poderoso do mundo, Trump não fará o que lhe der na gana porque haverá, certamente, quem refreie os seus ímpetos excessivos, se não no governo que escolherá, pelo menos no Senado e no Congresso onde, decerto, haverá quem tenha o bom senso de evitar certos excessos perigosos que anunciou.
O que sairá daquele populismo inconformado com os condicionamentos que a Natureza impõe, de um modo cada vez mais severo, ao crescimento económico que Trump quer dinamizar ainda mais em vez de conter, pode representar um perigo enorme para toda a Humanidade.
Trump não fará a mínima ideia de qual seja a real situação ambiental que as suas promessas de engrandecimento da economia, com mais vinte e cinco milhões de empregos e a construção maciça de infra-estruturas que pagará com os meios financeiros que diz vai retirar dos programas de controlo ambiental, ainda mais degradarão.
Afirmar que vai meter o tratado de Paris sobre as alterações climáticas na gaveta é de uma irresponsabilidade enorme e toda a Humanidade será vítima dos efeitos que terá aquela peregrina ideia de que “o conceito de aquecimento global foi criado por e para os chineses manterem o sector industrial dos EUA não-competitivo”, tal como já escrevia, em 2012, no seu “tweeter”.
Em 2012 ainda havia “cientistas” que, mesmo sem argumentos que contrariassem os valores cientificamente apurados e que justificavam as preocupações com as alterações climáticas, insistiam na inoquidade das “pequenas” variações de concentração de gases com efeito de estufa na atmosfera, não os considerando bastantes para que viessem a verificar-se os valores de aquecimento global previstos.
Tenho ainda comigo alguns livros de dois ou três desses autores que então li por curiosidade científica e hoje acho ridículos pelos argumentos que defendem. Foram, decerto, esses os livros onde Trump colheu as ideias que tem.
Nestes últimos quatro anos, porém, o conhecimento científico evoluiu a ponto de não restarem dúvidas de que a intervenção do Homem é determinante na aceleração de alterações climáticas marcadas por um aquecimento global que cada vez mais se nota nas demonstrações que a Natureza tem feito de uma realidade temível e que levaram os líderes políticos, ainda que de modo quanto a mim insatisfatório, a declarar a necessidade urgente de, finalmente, serem feitos esforços sérios para conter as emissões de gases com efeito de estufa, o que há dezenas de anos andaram apenas fingindo fazer nos grandiosos eventos que organizaram para mostrar preocupações às quais, depois, as suas atitudes não corresponderam.
E não são apenas as alterações climáticas o único perigo ambiental para todos nós, não se cansando os cientistas de chamar a atenção para os inúmeros perigos que corremos.
Mesmo assim, não parece que, de então para cá, a realidade tenha feito Trump mudar de ideias pois, por certos objectivos que aponta e pelo chauvinismo que demonstra, absolutamente contrário à cooperação internacional indispensável para salvar a Humanidade, o Ambiente indispensável à vida humana é um problema que o não sensibiliza e, por isso, poderá cometer erros gravíssimos que tornarão mais célere a rota de colisão do mundo com a catástrofe que um aumento excessivo da temperatura média global produzirá.
É de notar que, em 2002, num relatório extenso submirtido à ONU, a Agência de Protecção Ambiental dos estados Unidos, reconheceu o que muitos cientistas já afirmam há muito tempo, que actividades humanas, como o refinamento de petróleo  e a produção de energia a partir de reservas fósseis, são causa significativa das alterações climáticas que provocam o aquecimento médio global do Planeta.
Foi no tempo de George W Bush que, mesmo assim, ainda não julgou oportuno assinar o Protocolo de Kioto que o obrigaria a reduzir as emissões de gases de efeito de estufa dos quais os EUA são o maior produtor.
Agora Trump vai mais longe, refuta o reconhecimento oficial já feito e não só mantém a atiutde de Bush como se propõe aumentar as causas das perigosas alterações climáticas. 

 

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