ACORDO ORTOGRÁFICO

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quarta-feira, 9 de novembro de 2016

E ACONTECEU!




Caiu o pano sobre uma das mais extraordinárias comédias a que assisti na minha vida.
Será o início de uma inevitável mudança que o poder instituído quer, ao transe, evitar ou será um aviso para o mundo da política de que a maioria das pessoas está farta das manigâncias do costume?

Um ilustre desconhecido, como que saído do nada, multimilionário da construção civil, decidiu entrar no processo complicado que é a eleição do Presidente dos Estados Unidos da América do Norte e venceu. Tornar-se-á no 45º Presidente dos EUA.
Quem diria que tal seria possível num país onde, na carreira política, tantas são as barreiras a ultrapassar até chegar a qualquer lado?
Teve todos os “conhecidos” contra si. Os senhores do costume, do poder e dos negócios, e mais alguns, as celebridades do cinema, da música, da televisão, enfim, todos aqueles para os quais uma mudança drástica como a que ele diz que se propõe fazer, não será coisa que convenha aos seus interesses que ficam em risco.
Curiosamente, até o próprio partido pelo qual concorreu, o Republicano, praticamente o repudiou e deixou sozinho na campanha que fez e ele diz ter pago com o seu próprio dinheiro.
Não percebi a mensagem que quis fazer passar, os seus grandes projectos para além da grande muralha na fronteira com o México, quem sabe se para rivalizar com a da China. 
Nem tal me parece ser o mais importante nesta altura em que um candidato praticamente sem partido e sem um projecto claro e bem definido se tornou no “homem mais poderoso do mundo”!
Isto tem um significado profundo, com toda a certeza, e parece ir na senda do que tem acontecido ou em vias de acontecer por outras bandas, onde os senhores do costume começam a ficar na mó de baixo.
É, com certeza, o desencanto pelos políticos tradicionais a causa destas mudanças que surgem como um grito de desespero dos que se querem livrar de um estilo de vida enredado em milhões de complicados interesses, mas que não são os seus.
Todos sentem a necessidade urgente de desfazer a meada emaranhada que está a tornar o mundo num inferno.
Não creio que Trump, o novo Presidente dos Estados Unidos, seja o homem da mudança de que o mundo necessita.
Pareceu-me, até, que dessa mudança não perceberá ele nada, se é que percebe de mais alguma coisa para além dos negócios que o enriqueceram.
Mas há quem aprenda com os erros que comete! Será Trump um desses?
Mas que alguma coisa vai mudar, isso será inevitável.
Só teremos de esperar mais um pouco para saber o quando e como.
Mas talvez seja sensato que nos preparemos para grandes complicações até que a poeira que se irá levantar, assente depois.

 

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