Mas não será este o problema
porque tal atitude até poderia dar-me prazer. São, na maioria dos casos, temas
que a qualquer pessoa serão caros pelas preocupações que revelam. Mas não me
parece que faça grande sentido incentivar atitudes que não terão quaisquer
resultados práticos, sobretudo porque não originam debates que obriguem a
reflectir sobre tantos e tantos problemas com que todos, uns mais outros menos,
nos confrontamos a cada dia que passa. De um modo geral, fica a proposta e nada
mais.
Por outro lado, trata-se de
questões muito específicas que, isoladamente, se tornam quase irrelevantes
nesta teia complicada de problemas com que a vida actual nos confronta.
Por vezes, quase me fica a ideia
de que com estas iniciativas se procura esbater outras preocupações bem maiores
que se agigantam no lote dos problemas com que a Humanidade já se debate, mesmo
quando parece disso nem se dar conta.
Está a economia mundial numa
situação a que a presidente do FMI, Christine Lagarde, considerou à beira do
abismo, do qual parece agora querer afastar-se. No entanto, aumenta o número
dos países em que as dificuldades crescem e a recessão se instala. É uma
situação ímpar porque nenhuma outra como esta antes foi vivida. Não se entendem
os economistas quanto às razões nem quanto às soluções e, até, as “receitas”
que em outras crises produziram efeito desta vez não funcionam.
Parece que algumas conclusões
deveríamos tirar deste factos, pelo menos a de que estamos perante algo que
transcende a nossa capacidade para lidar com ela ou talvez devamos concluir que
têm razão os que desde há muito dizem que este momento haveria de chegar,
esclarecendo as razões da sua afirmação.
Primeiro “Os limites do
Crescimento” que resultou de estudos que o Clube de Roma mandou elaborar e nos alertam para a natureza finita dos recursos naturais que, levianamente, esbanjamos,
depois “O Choque do Futuro” em que Alvin Toffler tão bem reflectiu sobre as descaracterizações
que a economia consumista estava a introduzir no nosso modo de viver e depois ainda, entre outros, “O
Fim do Crescimento” que Richard Heinberg considera uma realidade apesar de os
economistas insistirem na recuperação que, afinal, nunca mais começa.Fica-me, ainda, a ideia de que bom seria termos dado ouvidos a quem, na década de cinquenta do século passado, recomendou o “Crescimento Zero”, a única forma de não criarmos desequilíbrios perigosos e, muitas das vezes, insanáveis.
Mas acredito que estas questões de grande dimensão passem um tanto ao lado da maioria que prefere acreditar em quem lhe diz que tudo voltará a ser como era antes.
Temo bem que não vá ser. E se
digo assim é porque não me considero sabedor bastante para afirmar
categoricamente o contrário do que os “especialistas” afirmam.
Só não compreendo porque não
conseguem resolver um problema que, a ser como dizem, não deveria constituir
dificuldade de maior para tantos sábios!
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