Foi um dia negro para o governo e para todos nós que esperávamos, depois de um governo que nos arruinou, um outro que nos salvasse.
Ninguém poderia esperar, pela situação de quase bancarrota criada, que a salvação fosse fácil ou sem dor, nem que o governo fosse fraco perante a necessidade de atitudes que exigissem determinação. Todas foram compreensíveis e nem as críticas dos partidos para os quais há alternativas que não dizem quais nem as do Partido Socialista ao qual, por óbvias razões, mais competiria cooperar com o governo do que o confrontar, foram capazes de por em causa a credibilidade de um governo que mostrava capacidade para recuperar a credibilidade do país. Mas foi o próprio governo quem o fez! Desacreditou-se a si próprio numa entrevista infeliz do seu Primeiro Ministro a quem uma defesa patética do Ministro das Finanças, na Assembleia da República, ainda mais desacreditou.
Depois de uma ou outra gafe de somenos importância que a inexperiência lhe não permitiu evitar, Passos Coelho cometeu um erro fatal que pode ter comprometido a confiança de que todos temos necessidade para suportar as duras medidas de austeridade.
Era claro que todos esperávamos que não fosse além de 2013 o golpe nos rendimentos que, sobretudo no caso dos reformados, não há como compensar! E não podiam, quer o Primeiro Ministro quer o Ministro das Finanças, deixar de ter conhecimento desta esperança que nos ajudava a aguentar. Todos diziam que seria assim e até houve ministros que, claramente, o afirmaram sem que o Primeiro Ministro ou o Ministro das Finanças os desmentissem.
É um duro golpe este de nos ser dado conhecimento de que não só o corte vai durar mais um ano, 2014, como, ainda por cima, não vai terminar em seguida. Os subsídios, assim erradamente chamados porque fazem parte da remuneração pelo trabalho prestado, serão repostos gradualmente…
Não considero isto uma gafe, mas um estilo de fazer as coisas que me não agrada!
Creio ter sido um rude golpe para nós e para este governo e, francamente, temo as consequências.
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