ACORDO ORTOGRÁFICO

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quarta-feira, 18 de abril de 2012

A HORA DA VERDADE OU MAIS AUSTERIDADE?

Não tenho dúvidas de que a austeridade era inevitável depois das ruinosas gestões que Portugal teve. Aliás, a austeridade é uma duríssima inevitabilidade para quem gastou até ao cotão dos bolsos e ainda ficou empenhado.
Chegados a este ponto, há que escolher um caminho. Deixar que a austeridade se instale sem nada se fazer para a contrariar, como é próprio dos fracos, ou lutar para a ultrapassar, voltando ao tempo da cara levantada e da vida regrada, como é próprio daqueles que sabem lutar.
Passou um ano em que os portugueses, na sua maioria, souberam ter a atitude mais adequada às circunstâncias, adaptando-se a condições de vida severas, na esperança do prometido tempo melhor.
Todos fizemos as nossas contas e tomámos fôlego para aguentar os dois anunciados anos de “vacas magras”; a Troika fez-nos exames e aprovou-nos; todos tínhamos na cabeça uma contagem decrescente que, afinal, estava errada!
Os anos de maior austeridade não serão 2012 e 2013 porque serão, também, 2014 e seguintes, tantos quantos tiverem de ser...
As retenções do IRS nas pensões foram aumentadas, os combustíveis líquidos aumentam de semana a semana e, para que os gasosos se não pudessem queixar, vão ser aumentados também. E não é pouco!
Lembro-me de quando um dia, ainda menino, vi alguém com um saco em que levava uns cãezinhos acabados de nascer. Depois, meteu o saco dento de um charco de água e ali o manteve o tempo necessário para que os bichos deixassem de reclamar. Pareceu-me bárbaro. Mas explicaram-me que teve de ser assim, que foi necessário afogar alguns dos recém nascidos, porque a cadela era fraca e não poderia com tanto cachorro!
Parece-me estar na altura de ver se o governo é forte e consegue que todos voltemos a ter uma vida minimamente digna ou se alguns de nós acabarão afogados na excessiva austeridade de que um ministro das finanças prometeu que não iria aumentar mais.
Parece, pois, chagada a hora da verdade, de uma realidade diferente daquela que seja ver empresas, monopolistas ou quase, dividir chorudos lucros enquanto o povo vê reduzidos os seus proventos que, quando ainda existem, já quase não dão para o petróleo!
Chegou a hora. Como vai ser?

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