ACORDO ORTOGRÁFICO

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sábado, 28 de abril de 2012

UM GOVERNO DIFERENTE OU UM GOVERNO FALHADO?

No PS, muitos esbracejam. Seguro, rodeado da pompa própria dos grandes chefes, aparece a falar para uma assembleia que nunca se vê, de cada vez que a comunicação publica uma notícia. Mesmo aquelas que se venha a apurar que o não são. Por sua vez, Zorrinho, a mais visível abencerragem do socratismo, com a máscara própria de quem pretende fazer acreditar que nada tem a ver com a austeridade que estamos a viver, vai-se mostrando cada vez mais e os seus ataques ao governo são cada vez mais próprios de quem se sente a caminho do poder, entusiasmado pela possível vitória de um socialista para a presidência francesa.

Por sua vez, as comemorações do 25 de Abril que uns boicotaram porque, disseram, o governo não respeitou promessas da revolução e a maioria ignorou como é natural que aconteça com o que alguns continuam a reclamar como só seu, dá pano para mangas e para muito mais, sobretudo nas análises que se fazem à actuação do governo para o qual muitos já pedem a extrema-unção!
Para os analistas foi como que um festival de variações livres sobre um tema que ainda têm dificuldade em dominar e para a “extrema-esquerda” uma oportunidade para protestos lamechas que as dificuldades que vivemos fazem parecer adequados às circunstâncias. Entendo-os porque é isso que justifica que existam. Uns criticando o que se fez mas não deveria ter sido feito ou feito sem o dever ser, outros fazendo parecer que sofrem as dores de quem, realmente, as sofre. É sempre assim.

Tudo facilitado porque do governo mal se tem dado conta para além de uma ou outra aparição de ministros menos destacados, focando temas que não são, de todo, os que mais preocupações nos trazem no momento. Sobretudo o Primeiro-Ministro, acusado de falta de sensibilidade social e de escassez nos esclarecimentos sobre um próximo futuro que mais e mais nos preocupa a cada dia que passa, mal tem aparecido e, quando fugidiamente o faz, quase nada ou mesmo nada acrescenta ao que já disse e que, uma ou outra vez, terá sido até demais.
Se, pela esperança de um governo mais actuante e menos exibicionista, diferente dos “vendedores da banha de cobra” a que os anteriores se assemelharam, tal procedimento me possa dar a esperança de que, neste, em vez de falar se trabalha, como Portugal tanto necessita, por outro lado a falta dos procedimentos políticos tradicionais, aqueles com os quais se pretende fazer crer que é, aquilo que conviria que fosse, também me trás alguma preocupação. A política vulgar habituou-nos a uma estranha linguagem em que palavras comuns podem ter significados que apenas algumas mentes iluminadas conseguem decifrar. A sua ausência conduz-me a esta dúvida entre a capacidade serena e consciente e a incapacidade.

Mas não quero acreditar que o governo simplesmente se tenha demitido da tarefa a que se propôs e tantas vezes garantiu que levaria até ao fim, como não acredito que tenha reduzido a intensidade dos esforços para a continuar. Não acredito porque é o melhor para mim e para todos, com excepção daqueles para quem ganhar o poder é mais importante do que reerguer o país.
Mas não poderá passar muito tempo até que esta situação seja esclarecida e, assim, saibamos o que, afinal, resultou do trabalho do governo para que todos participem neste esforço enorme de restauração de que Portugal uma vez mais necessita. É grande a ansiedade pelos resultados do que o governo tenha feito para minorar os danos que o país sofre pelas PPP e pelas “rendas” que os interesses de todos nós querem ver anulados e a equidade nos esforços para a recuperação do país exige.

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