A Economia parece-me, nestes tempos, uma ciência frustrada que, depois de um caminho que parecia conduzi-la na senda da modernidade, tem de regressar às origens pelo falhanço de “receitas” que deixaram de produzir os efeitos que antes pareciam gerar. Parece que os “foguetões” que lançam, apontados à Lua, acabam por cair-lhes aos pés!
Não permite a minha formação que me embrenhe numa análise teórica em matérias que apenas de um modo racional posso abordar. Se o fizesse, logo me cairiam em cima os keynesianos, os smithianos ou outros quaisquer que me embaraçariam em quilómetros de teorias, de comparações e de argumentos impenetráveis e que não conseguiria entender por mais boa vontade que tivesse. Mas ensinou-me a vida que algo está, sempre, muito errado nas explicações complicadas, porque o verdadeiro conhecimento as torna necessariamente simples. O clássico “não é assim tão simples” nada mais consegue do que tentar disfarçar profundas lacunas de conhecimento.
Devo considerar-me um felizardo por me ter decidido por uma área do saber em que a complexidade da mente humana não é fator determinante. Ela não se rege por princípios rígidos nem se deixa traduzir por uma fórmula matemática qualquer. Além disso, a imaginação humana é tão fértil que consegue criar “irrealidades” que, porque o são, não duram eternamente, como esta “crise” ampla e definitivamente mostrou. Ao mesmo tempo que criou tigres de papel, fez aparecer, também, monstros que não consegue dominar.
Para além disso, esquecem-se as teorias económicas, nas “funções” que estabeleceram, do “domínio” da sua aplicação, dos “limites” que, num mundo finito, jamais poderão deixar de se conformar com ele.
Não creio, por tudo isto, que seja esta Economia quem vai reencaminhar o mundo na senda de outro progresso, diferente do que não conseguiu alcançar através de um impossível crescimento constante. Por isso não acredito na recuperação da economia mundial nos moldes que conhecemos, o que vai provocar muitas desilusões.
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