Parece-me
estranho que num país com sérias dificuldades e, mais do que isso, muito
dependente do que aconteça por esse mundo fora que, parece que definitivamente,
perdeu a pujança daqueles tempos em que tudo parecia possível, as querelas
políticas continuem a sobrepor-se ao interesse nacional que entendimentos e
cooperações de que resultem atitudes e políticas concertadas para enfrentar os
graves problemas que o futuro ameaça trazer, decerto defenderiam.
É
hoje mais do que evidente que a maioria dos políticos perdeu a noção da
realidade e, por isso, mantém a atitude sobranceira e isolacionista de quem se
sente o único capaz, de quem vê nos demais os inimigos que é preciso derrotar,
os incapazes que não conseguem governar, os incompetentes que é preciso
castigar.
Este
entendimento das coisas que é, já por si, mau demais, dá lugar a procedimentos
ainda piores porque substituem a razão por preconceitos, o confronto de ideias
por insultos e a discussão séria dos problemas por desinformação que, em vez de
esclarecer, confunde os eleitores.
De
nada adianta a negação das razões que ditaram a austeridade a que as
circunstâncias nos obrigaram e, muito menos, a perversão de culpas pela realidade que a tal
nos levou.
Os
gráficos adulterados não alterarão a realidade que vivemos e as promessas que
se façam para conquistar simpatias jamais eliminarão os condicionamentos fortes
e bem conhecidos que as circunstâncias colocam à sua concretização.
De nada adiantam as "contas" que se façam sem saber do que nem o mal que se diga de quem se quer derrotar porque o que mais conta é a realidade que sempre supera a demagogia e a competência própria que importa mais do que o mal que de outros se possa dizer.
De nada adiantam as "contas" que se façam sem saber do que nem o mal que se diga de quem se quer derrotar porque o que mais conta é a realidade que sempre supera a demagogia e a competência própria que importa mais do que o mal que de outros se possa dizer.
Por
isso, por mais que nos seduzam as promessas de recuperar rapidamente o que as
consequências de desgovernos nos fizeram perder, não nos pode abandonar a
sensatez de pensar que, em tempo de vacas magras, o futuro se não garante com
excessos mas com moderação, o bom viver não se faz com os gastos sumptuários a
que a sobrevivência de uma economia falida obriga, mas com a satisfação das
necessidades que uma vida digna requer.
Cada
vez mais é necessário bom senso nas escolhas que
fazemos, para evitar as desilusões que, por certo, as precipitações acabarão por nos trazer.
Na
escolha que fizermos não se devem esquecer os cuidados a que a recuperação de
uma situação complicada sempre obriga, sob pena de uma complicada recaída que
pode causar grandes danos.
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