(Fotografia publicada pelo Expresso)
Foram quase uma demonstração de decrepitude
generalizada os comentários que se seguiram àquele inqualificável
frente-a-frente entre Passos Coelho e António Costa. Aqueles argumentos em que
se diz que este foi melhor do que aquele, que este ou o outro foi quem ganhou num confronto em que se tornou evidente o que o país vai perder.
Na sequência de um evento do qual, pelo
modo como foi estruturado e conduzido, pouco mais haveria a salientar do que a pobreza
e a incompetência tendenciosa das questões levantadas, a cassete mal gravada de
António Costa e a perda de tempo de Passos Coelho, os comentadores pouco mais
fizeram do que os seus próprios e pretensiosos “discursos de sapiência” tão próprios
deste país de iluminados que falam demais sem nunca dar provas de serem capazes
de fazer qualquer coisa.
Seria impossível que resultasse melhor um
frente a frente que deveria ser esclarecedor mas que as tacanhas baias de uma
condução jornalística sem qualidade tornou parecido a um trabalho de corta e
cola em que os dois “gráficos” de Costa se destacam constantemente e o discurso
de Coelho se perde sem a oportunidade de dar as respostas que deveria dar a
perguntas claras e oportunas que lhe fossem feitas!
Desse modo ficaríamos esclarecidos!
Desse modo ficaríamos esclarecidos!
Os temas não passaram das tricas e nicas que a
comunicação social pisa e repisa a cada dia, das questões falaciosas e dos raciocínios
monoclínicos a que o tradicional hábito de substituir a discussão pelo mal dizer
nos habituou.
Não será, certamente, por este
frente-a-frente que alguém sensato tomará qualquer decisão quanto ao seu modo
de votar, mas formará, por certo, um juízo claro da pouca qualidade do nosso
jornalismo que no grande palco que monta e depois de uma publicidade que faria
esperar um frente-a-frente esclarecedor, produziu um espectáculo que não valeu
o tempo gasto a olhar para a tela do televisor.
Afinal, nem um Costa patético e refugiado em
argumentos mal engendrados mas ditos em voz sonante e convincente, porque outros não tem, nem um Passos Coelho sem
condições para responder às questões oportunas e esclarecedoras que as
perguntas dos jornalistas deveriam suscitar, conseguiram sobressair da triste nota
de incompetência que o “melhor jornalismo nacional” ali deu!
Pareceu-me um frente-a-frente feito à medida para alcançar um objectivo já determinado, a tão desejada vitória de Costa, a demonstração evidente de um total desconhecimento do que condicionará o futuro complicado que este país vai ter.Mas foram os temas que os jornalistas escolheram...
Resta votar em consciencia!!! Porque dali nao saiu nada de jeito.
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