ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

E A MONTANHA PARIU O RATO DO COSTUME


(Fotografia publicada pelo Expresso)

Foram quase uma demonstração de decrepitude generalizada os comentários que se seguiram àquele inqualificável frente-a-frente entre Passos Coelho e António Costa. Aqueles argumentos em que se diz que este foi melhor do que aquele, que este ou o outro foi quem ganhou num confronto em que se tornou evidente o que o país vai perder.
Na sequência de um evento do qual, pelo modo como foi estruturado e conduzido, pouco mais haveria a salientar do que a pobreza e a incompetência tendenciosa das questões levantadas, a cassete mal gravada de António Costa e a perda de tempo de Passos Coelho, os comentadores pouco mais fizeram do que os seus próprios e pretensiosos “discursos de sapiência” tão próprios deste país de iluminados que falam demais sem nunca dar provas de serem capazes de fazer qualquer coisa.
Seria impossível que resultasse melhor um frente a frente que deveria ser esclarecedor mas que as tacanhas baias de uma condução jornalística sem qualidade tornou parecido a um trabalho de corta e cola em que os dois “gráficos” de Costa se destacam constantemente e o discurso de Coelho se perde sem a oportunidade de dar as respostas que deveria dar a perguntas claras e oportunas que lhe fossem feitas!
Desse modo ficaríamos esclarecidos!
Os temas não passaram das tricas e nicas que a comunicação social pisa e repisa a cada dia, das questões falaciosas e dos raciocínios monoclínicos a que o tradicional hábito de substituir a discussão pelo mal dizer nos habituou.
Não será, certamente, por este frente-a-frente que alguém sensato tomará qualquer decisão quanto ao seu modo de votar, mas formará, por certo, um juízo claro da pouca qualidade do nosso jornalismo que no grande palco que monta e depois de uma publicidade que faria esperar um frente-a-frente esclarecedor, produziu um espectáculo que não valeu o tempo gasto a olhar para a tela do televisor.
Afinal, nem um Costa patético e refugiado em argumentos mal engendrados mas ditos em voz sonante e convincente, porque outros não tem, nem um Passos Coelho sem condições para responder às questões oportunas e esclarecedoras que as perguntas dos jornalistas deveriam suscitar, conseguiram sobressair da triste nota de incompetência que o “melhor jornalismo nacional” ali deu!
Pareceu-me um frente-a-frente feito à medida para alcançar um objectivo já determinado, a tão desejada vitória de Costa, a demonstração evidente de um total desconhecimento do que condicionará o futuro complicado que este país vai ter.
Mas foram os temas que os jornalistas escolheram...




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