ACORDO ORTOGRÁFICO

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sábado, 12 de setembro de 2015

DRAMAS DE UMA “CIVILIZAÇÃO” EM AGONIA


Depois da onda de caridadezinha que o drama dos refugiados formou e, aos poucos, se foi tornando num autêntico e avassalador tsunami, os ânimos começam a serenar, as cabeças a pensar melhor e os receios a tomar as proporções adequadas às circunstâncias que os causam.
O chamado Ocidente que o estado islâmico elegeu como seu inimigo mortal e promete subjugar em pouco tempo, sente enormes dificuldades em reconhecer os erros que cometeu pelo desconhecimento que tem das realidades que destrói na tentativa de as tornar na sua realidade.
Levianamente, mexe em vespeiros que o podem matar, esquecido de que a alteração das ordens que ao longo de muitos séculos se sedimentaram é um perigo tremendo de desordem como aquele no qual, não há como nega-lo, a “primavera árabe” se transformou!
Até onde irão as consequências de um intrometimento, porventura inoportuno e mal avaliado, no Iraque, no Afeganistão, na Síria, na Líbia, na Tunísia, no Egipto ou seja onde for?
Terá sido o agora tão desvalorizado “outo negro” a causa de tanto disparate que, sob o aspecto de intervenções justificadas pelo “sofrimento” de que havia de salvar povos subjugados por ditadores tirânicos, foi cometido sem imaginar que assim se destruiria a ordem pública própria de tradições seculares e lançou povos e países no pandemónio em que se encontram?
Por que será, então, que se consente que outros continuem a escravizar seus povos? O petróleo já não tem assim tanto valor.
Seria de esperar que, mais dia menos dia, a fuga do mundo desorganizado começasse e a “invasão” do mundo “civilizado” acontecesse com a sobranceria de tal ser um direito, ao que a hipocrisia da caridadezinha que apenas os incapazes julgam ser a solução, mostrasse os fundilhos rotos de uma Europa que, afinal, não é nada.
Onde estará a razão?
Como será que deve proceder-se?
Como lidará a Europa com os problemas que destas movimentações resultarão?
Será ou não verdade que membros activos do Estado Islâmico se misturam nas multidões fugitivas, nas quais terão, mais do que antes, campo fértil de recrutamento de combatentes para as diversas guerras que promoverão?
Não sei nada senão que a Europa é um buraco para onde se atiram os problemas em vez de os resolver. Disso já ninguém poderá duvidar.
E ainda que este seja um problema sobretudo da Europa que, em tempos e em seu proveito, redesenhou o mundo que agora não consegue dominar, é, também, um problema daquele mundo que ainda não reparou que está próximo o fim da “civilização” que implantou e à qual não conseguiu que outros se rendessem. 

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