Depois da onda de caridadezinha que o drama
dos refugiados formou e, aos poucos, se foi tornando num autêntico e
avassalador tsunami, os ânimos começam a serenar, as cabeças a pensar melhor e
os receios a tomar as proporções adequadas às circunstâncias que os causam.
O chamado Ocidente que o estado islâmico
elegeu como seu inimigo mortal e promete subjugar em pouco tempo, sente enormes
dificuldades em reconhecer os erros que cometeu pelo desconhecimento que tem
das realidades que destrói na tentativa de as tornar na sua realidade.
Levianamente, mexe em vespeiros que o podem
matar, esquecido de que a alteração das ordens que ao longo de muitos séculos se
sedimentaram é um perigo tremendo de desordem como aquele no qual, não há como nega-lo,
a “primavera árabe” se transformou!
Até onde irão as consequências de um
intrometimento, porventura inoportuno e mal avaliado, no Iraque, no Afeganistão,
na Síria, na Líbia, na Tunísia, no Egipto ou seja onde for?
Terá sido o agora tão desvalorizado “outo
negro” a causa de tanto disparate que, sob o aspecto de intervenções justificadas
pelo “sofrimento” de que havia de salvar povos subjugados por ditadores
tirânicos, foi cometido sem imaginar que assim se destruiria a ordem pública
própria de tradições seculares e lançou povos e países no pandemónio em que se
encontram?
Por que será, então, que se consente que outros continuem a escravizar seus povos? O petróleo já não tem assim tanto valor.
Por que será, então, que se consente que outros continuem a escravizar seus povos? O petróleo já não tem assim tanto valor.
Seria de esperar que, mais dia menos dia, a
fuga do mundo desorganizado começasse e a “invasão” do mundo “civilizado” acontecesse
com a sobranceria de tal ser um direito, ao que a hipocrisia da caridadezinha
que apenas os incapazes julgam ser a solução, mostrasse os fundilhos rotos de uma
Europa que, afinal, não é nada.
Onde estará a razão?
Como será que deve proceder-se?
Como lidará a Europa com os problemas que destas
movimentações resultarão?
Será ou não verdade que membros activos do
Estado Islâmico se misturam nas multidões fugitivas, nas quais terão, mais do
que antes, campo fértil de recrutamento de combatentes para as diversas guerras
que promoverão?
Não sei nada senão que a Europa é um buraco
para onde se atiram os problemas em vez de os resolver. Disso já ninguém poderá
duvidar.
E ainda que este seja um problema sobretudo
da Europa que, em tempos e em seu proveito, redesenhou o mundo que agora não
consegue dominar, é, também, um problema daquele mundo que ainda não reparou
que está próximo o fim da “civilização” que implantou e à qual não conseguiu
que outros se rendessem.
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