ACORDO ORTOGRÁFICO

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sexta-feira, 18 de setembro de 2015

DO MAL, O MENOS


Vai longa esta campanha eleitoral que, de facto, oficialmente ainda nem começou mas já me faz sentir desconfortável pelas perspectivas de futuro que, aquilo de que me dou conta, me revela.
A menos a descoberta arqueológica de ter sido o PSD a solicitar a vinda da Troika, coisa até agora desconhecida, não vejo em Costa outros méritos para além deste que revelou de investigador exótico do passado, o que não é, de todo, a qualidade que mais se aprecia em quem tenha de gerir o presente e preparar o futuro de um país que, inevitavelmente, deve levar mais em conta a conjuntura mundial conturbada e pouco tranquilizadora que, a cada dia, mais se afirma duradoura, do que tomar iniciativas que a ignorem.
E não a leva em conta. Antes totalmente a ignora no “programa” que propõe à conta de umas contas que, bem analisadas, para nada contam.
Por sua vez, em Passos Coelho não consigo ver o líder determinado de que carece um país que tem de procurar, em si mesmo, as forças e os meios que lhe garantam segurança satisfatória num futuro que será diferente dos “tempos passados” que uma abundância, agora depredada, consentiu.
Não vai além da prudência razoável que as circunstâncias recomendam o que, na tradicional perspectiva de “do mal, o menos”, é preferível aos riscos a que o aventureirismo de Costa nos expõe.
Faltam-lhe a alma e o carisma do líder arrebatador, capaz de mobilizar um povo do qual uma desusada mescla de acomodados e de revoltados, todos com insignificante auto-estima, não deixa esperar iniciativas que salvaguardem o país. Um pequeno país, ao qual, reza a História, grandes líderes arrebataram ao ponto de o agigantar.
Nos demais que nada me faz crer que contem para além de fazer número, mais não vejo do que a estultícia dos que pretendem viver num mundo que não existe, de adoptar um modo de viver inadequado aos que o viveriam, de tentar consertar males atávicos que apenas um longo processo educativo repararia e sem considerar, tal como os demais, as duras realidades do mundo em que vivemos.
Enfim, parece ser a fantasia quem mais reina!
Onde está o líder de que agora tanto necessitaríamos para conduzir esta pequena caravela que, uma vez mais, vai ter de enfrentar o Cabo das Tormentas?
Nos que disputam o poder? Nos que vivem para o criticar?
Não me parece.
Mas já que tenho de escolher entre os que existam, então será, de entre todos, o que me pareça menos mau.


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