Vai
longa esta campanha eleitoral que, de facto, oficialmente ainda nem começou mas já me faz
sentir desconfortável pelas perspectivas de futuro que, aquilo de que me dou
conta, me revela.
A
menos a descoberta arqueológica de ter sido o PSD a solicitar a vinda da Troika,
coisa até agora desconhecida, não vejo em Costa outros méritos para além deste
que revelou de investigador exótico do passado, o que não é, de todo, a
qualidade que mais se aprecia em quem tenha de gerir o presente e preparar o
futuro de um país que, inevitavelmente, deve levar mais em conta a conjuntura
mundial conturbada e pouco tranquilizadora que, a cada dia, mais se afirma
duradoura, do que tomar iniciativas que a ignorem.
E
não a leva em conta. Antes totalmente a ignora no “programa” que propõe à conta
de umas contas que, bem analisadas, para nada contam.
Por
sua vez, em Passos Coelho não consigo ver o líder determinado de que carece um
país que tem de procurar, em si mesmo, as forças e os meios que lhe garantam
segurança satisfatória num futuro que será diferente dos “tempos passados” que
uma abundância, agora depredada, consentiu.
Não
vai além da prudência razoável que as circunstâncias recomendam o que, na
tradicional perspectiva de “do mal, o menos”, é preferível aos riscos a que o
aventureirismo de Costa nos expõe.
Faltam-lhe
a alma e o carisma do líder arrebatador, capaz de mobilizar um povo do qual uma desusada
mescla de acomodados e de revoltados, todos com insignificante auto-estima, não
deixa esperar iniciativas que salvaguardem o país. Um
pequeno país, ao qual, reza a História, grandes líderes arrebataram ao
ponto de o agigantar.
Nos
demais que nada me faz crer que contem para além de fazer número, mais não vejo
do que a estultícia dos que pretendem viver num mundo que não existe, de
adoptar um modo de viver inadequado aos que o viveriam, de tentar consertar
males atávicos que apenas um longo processo educativo repararia e sem considerar, tal como os demais, as duras realidades do
mundo em que vivemos.
Enfim,
parece ser a fantasia quem mais reina!
Onde
está o líder de que agora tanto necessitaríamos para conduzir esta pequena
caravela que, uma vez mais, vai ter de enfrentar o Cabo das Tormentas?
Nos
que disputam o poder? Nos que vivem para o criticar?
Não
me parece.
Mas
já que tenho de escolher entre os que existam, então será, de entre todos, o que me
pareça menos mau.
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