Tenho
ouvido falar muito de barragens, sobretudo dos seus malefícios diversos, a par
da sua reduzida contribuição para a produção de energia.
Aliás,
são bem sonantes os protestos que alguns deliberadamente alimentam quando a
construção de uma barragem é decidida. Seja por isto ou por aquilo, a
construção da barragem é um atentado que não deve ser consentido!
Jamais
oiço referir as enormes vantagens que as barragens também proporcionam, como as
que resultam da regularização que fazem dos caudais muito variáveis que correm
pelos vales.
Contestam-nas
os que tudo querem sem dar nada em troca. Certamente, as barragens têm impactes
de diversos tipos, como a alteração da paisagem e a destruição de
infra-estruturas existentes, por exemplo. Mas trazem vantagens preciosas como
as que, entre outras, estas chuvadas intensas que caíram nos revelam porque se
teriam quase inteiramente perdido e delas nada mais restaria do que os prejuízos
e incómodos que causaram se as barragens existentes as não encaixassem nas suas
reservas de capacidade que a seca intensa gerou.
Será
no balanço entre as vantagens e as desvantagens que a decisão de construir ou
não se deverá fazer.
As
chuvadas muito intensas pouco mais geram do que forte escoamento superficial,
sendo reduzida a infiltração que constituiria preciosas reservas subterrâneas.
Daí a importância da sua retenção em barragens de fins múltiplos que permitem a
sua posterior utilização, além de evitarem ou amenizarem os efeitos das
inundações que as cheias sempre causam.
No
Alentejo, onde a seca mais se fez sentir, é clara a diferença entre as culturas
que puderam beneficiar da reserva de água criada pela Barragem do Alqueva, um
projecto muito controverso durante muito tempo mas cujos benefícios as
circunstâncias agora revelam, e as que, sem água, se perderam quase totalmente ou
terão menor qualidade.
Nada
do que se faça tem apenas as vantagens que todos desejaríamos sem, em troca,
perder nada.
Mas,
como o povo sabiamente diz, não há bela sem senão!
Dito
que os que constantemente reclamam não tiveram tempo de aprender.
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