ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 28 de setembro de 2015

O QUE É O VOTO ÚTIL?

Quando não haja argumentos sérios para convencer e, até, as mentiras já não bastam, apela-se ao voto útil.
É o acto final de qualquer candidatura falhada.  Um acto de desespero.
Entre nós, parece-me ser esse o voto de uma percentagem elevada de eleitores, o voto dos que, a uma semana de manifestar a sua vontade nas urnas, ainda não têm uma razão própria porque, na verdade, ainda não têm, sequer, uma razão para a ter.
Fartos, por certo, da vida dura que a realidade impõe, esperam que alguém os convença da bondade imensa da vida boa que uma utopia qualquer lhes prometa.
É destes que sairá o tal voto útil de quem vota por votar, mesmo que não saiba por que vota!
Só não consigo entender por que votam!
Estão, por certo, baralhados pelo ruído imenso que fazem os que querem dispor do seu voto, não porque lhes apresentem razões claras e seguras de ser, o que propõem, o caminho certo para um melhor Portugal mas, tão só, porque esse é o caminho para alcançarem o poder com o qual, depois, não creio que saibam bem o que fazer. Porque nem no tempo das vacas gordas alguma vez souberam!
Menos o saberão, agora, que o tempo é de vacas magras, ainda não suficiente nutridas para poderem dar o leite que prometem distribuir por toda a gente.
Mas há gente capaz de tudo, até de se aproveitar da desinformação que propalam para fazer dos “mal informados” os seus eleitores, aqueles que, como é costume e dentro de pouco tempo, exigirão nova mudança porque, antes mais cedo do que mais tarde, se darão conta de terem sido enganados com promessas que jamais serão cumpridas.
Não sei o que pensar de um país onde as mais sórdidas mentiras são anunciadas com a pompa que as faz parecer grandes verdades que os ingénuos simplesmente engolem, de um país onde quem mente mostra não ter respeito pelos desinformados que criou e o escutam. Porém, na realidade, não têm é respeito por si próprios que passeiam por todo o país o despudor da vigarice intelectual e da sua falta de decoro que, esperam, lhes dará os votos de que necessitam para subir ao poleiro que almejam e de onde, depois, não mais escutaremos do que o débil có-có-ró-có dos fracos galos que são!
Aumentam os insultos dos que outras razões não têm.
Mas como os insultos não são razões, porque não passam de ser a falta delas, bem corre Portugal o risco de repetir, decerto por uma última vez, o caminho estúpido dos disparates que já tanto mal lhe fizeram porque, como diz o velho ditado, quem torto nasce, tarde ou nunca se endireita!

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