ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 3 de setembro de 2015

SOLIDARIEDADE OU HIPOCRISIA?


De notícias ao minuto: ”O alto comissário das Nações Unidas para os refugiados, António Guterres, disse na quarta-feira em entrevista à CNN que a crise dos migrantes requer uma resposta coerente e que só a Europa, com base na solidariedade, a pode fornecer.”
Sou, obviamente, a favor da solidariedade e Guterres não é o único a horrorizar-se com as notícias das desgraças que acontecem na “fuga do inferno” que milhares e milhares tentam a cada dia que passa.
Mas a solidariedade que as circunstâncias não dispensam, não é solução alguma para o que a torna necessária e urgente. Por isso, ficar-se por ela a resposta do mundo à calamidade que assola aquele Médio Oriente já tão destroçado, mantém bem vivo o problema que apenas outro tipo de solidariedade pode resolver.
A situação que por lá existe exigiria do mundo que se crê civilizado a resposta que não dá ou, se assim se preferir dizer, os milhões da “indústria da guerra” não deixam que seja dada.
A hipocrisia dos políticos e, mesmo até, dos que, como Guterres, procuram tornar menos dolorosa a derrocada de um mundo da maior importância na História da Humanidade e cuja memória atrocidades sem nome vão fazendo desaparecer, é o que mantém aberta a chaga que vai matando milhões de seres humanos que já nada mais esperam do que ser acolhidos onde, pela caridade dos que ainda vão tendo alguma coisa, consigam sobreviver.
É assim que se vive neste mundo de cínicos que criam a sua imagem de “salvadores” fingindo que aliviam os tormentos que sofrem os que se afoitam a fugir dos males que deixam alastrar e alguns até alimentam.
Sabe Guterres, como sei eu e muita gente mais sabe também, que não nascem armas, máquinas de guerra e munições naqueles desertos estéreis que outrora até já foram o “Crescente Fértil”.
Então como poderiam fazer a guerra sem tudo isso que alguém lhes fornece?
A propósito: já ouviram algum político referir estes problemas nas campanhas de elogio pessoal que faz ou considerá-los nas suas propostas de futuro, ou será que este problema não afectará de Portugal também?


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