Não
há mais como sonegar, do conhecimento de todos, os perigos a que este modo de
viver egoísta e predador nos expõe.
A
questão há muito levantada pelos mais prevenidos, aqueles que oportunamente entenderam
não ser a Terra a quinta do Homem mas apenas o planeta que habita com outras
espécies vivas a quem ela pertence tanto como a si, é o resultado do mau uso dos
recursos naturais deste planeta que se impõe como a preocupação maior do
momento que vivemos e que, por mais que a envolvam em teorias económicas que
outros tempos fizeram crer perfeitas, ela persiste e cresce, porventura até ao
ponto de não ser mais possível reverte-la.
Não
vale a pena recordar aqui os problemas múltiplos e crescentes que, em vez de
resolvermos, continuamos a agravar, pois não seria mais do que repetir o que,
insistentemente, tem sido dito a propósito dos diversos aspectos que a desgraça
que causarmos pode assumir.
Habituou-se
o Homem à fartura de uma Terra generosa mas limitada que não soube entender
senão como uma fonte inesgotável de satisfação de todos os seus caprichos, como
a teta onde não seca o leite, o favo onde se não acaba o mel, a fonte de onde
sempre brotará água cristalina, o chão generoso onde, sempre, crescerá o pão.
Mas
não é assim porque a fartura inesgotável não existe, como o provam as
dificuldades cada vez maiores que o Homem sente para sair do atoleiro onde se
meteu.
No
entanto, os políticos continuam a falar do futuro que prometem fazer cada vez
melhor, das suas ideias para superar a “crise” que parece comprazer-se a
contrariar os seus intentos, em vez de tentarem entender o futuro possível
neste mundo onde, para além do seu optimismo incauto e revelador da sua
profunda ignorância da realidade, apenas a procura de novas soluções faria
sentido.
É
por isso que tanta pena me causam os discursos patéticos que tenho ouvido nesta
campanha eleitoral de políticos que ainda não entenderam que já não está nas
suas mãos o futuro de que falam, as vantagens que prometem, os resultados que
garantem.
Mas
porque a sabedoria que a experiência dita é sempre boa conselheira, parece-me
ser, de todo, preferível ser comedido nos desejos que se tenham do que
desmedido nas promessas que se façam.
Quando
será que, como até já o fizemos melhor do que ninguém, deitamos a cabeça de
fora deste nosso pequeno rectângulo para ver o que se passa no mundo, para
decidirmos o nosso futuro em conformidade com isso?Fica-me a certeza de que "todo o burro come palha. O jeito é saber-lha dar".
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