António
Costa, no frente-a-frente com Passos Coelho em que, sem responder às questões
dos jornalistas, se limitou a debitar um discurso pré-preparado, tipo cassete, revelou
ao mundo que, afinal, quem mandou vir a Troika foi o PSD!
Mas
eu lembro-me bem daquela altura da governação de Sócrates, quando a agora
“costista” Manuela Ferreira Leite quase perdia a voz de tanto dizer que o
despesismo com obras megalómanas nos estava a meter num buraco sem fundo, o
Ministro das Finanças desesperava mas até se ia conformando com juros de 7% (!)
que, dizia, ainda não tornariam a dívida impagável, a Banca portuguesa não
aguentava já mais tanta dívida que lhe era impingida, Mário Soares insistia,
publicamente, para que Sócrates pedisse o resgate e, finalmente, a contragosto
e dizendo uma frase patética que não pára de soar aos meus ouvidos, “por que
fizeram isto ao país?”, o Primeiro-Ministro socialista decidiu-se a chamar a
Troika!
Isto
foi, como todos sabem, o que se passou.
Mas
as coisas nunca são apenas o que se diz e, por isso, há pormenores que, mesmo
sem serem necessários para contar a história, não deixam de ter a sua
importância.
É
natural que a hipótese de, em eleições já próximas, o PSD poder vir a ser o
vencedor, desse a sua opinião sobre a intervenção que Sócrates pedira ou
insistia em não pedir. Por sua iniciativa ou porque lhe fora solicitada.
E,
perante a situação do país que não teria dinheiro para as despesas de mais de
uma ou duas semanas, que haveria de dizer de uma inevitabilidade?
Dizer
que não, seria um disparate sem sentido e dizer que sim seria, apenas, admitir
a fatalidade a que diversas governações desregradas nos conduziram.
Pois
acho notável, verdadeiramente digno de um grande historiador, que numa simples
opinião, formal ou informal, Costa tenha visto uma decisão ou, melhor dizendo,
a decisão de mandar vir a Troika!
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